Bento Gonçalves

Promotor do Ministério Público de Bento Gonçalves fala sobre a situação de "prende e solta"

(Foto: Günther Schöler/Grupo RSCOM)
(Foto: Günther Schöler/Grupo RSCOM)

No início da tarde desta quarta-feira (15), o promotor do Ministério Público de Bento Gonçalves, Manoel Figueiredo Antunes, em entrevista coletiva, falou sobre a situação de “prende e solta” na cidade. Um dos casos mais recentes e que chamou atenção, foi que seis dos oito presos na última segunda-feira, após uma grande operação do 4ªBPChoq, foram soltos.

Antunes iniciou falando sobre os trabalhos dos órgãos de segurança pública da cidade. “Deixar firmada a posição do Ministério Público local, deixar calcada no chão, concretada nas ruas dessa cidade, de que nós não compactuamos com esse tipo de decisão. O Ministério Público está atento, o Ministério Público está diligente, nós já estamos recorrendo dessa decisão. Não só recorreremos dessa decisão, como viemos recorrendo de todas as decisões tomadas nesse sentido. A Brigada Militar e a Polícia Civil precisam ter o seu excelente trabalho reconhecido na cidade, e a sociedade sobretudo precisa ser protegida”.

O promotor falou sobre decisões que não fazem parte da jurisprudência nacional, afinal, está é um conjunto geral de decisões tomadas pelos nossos tribunais, e que acabam pautando as decisões dos juízes, dos demais tribunais.

“O que ocorre aqui em Bento Gonçalves é que algumas decisões, muito pontuais, que não correspondem ao pensamento geral dos tribunais, são adotadas como paradigmas e, a partir desse paradigma decisões de soltura em bloco vão sendo tomadas. Decisões que são firmadas a partir de um trabalho justo, correto, legal, ordeiro, respeitador da lei pelas policias simplesmente são desconfiguradas, são desmontadas, esse trabalho árduo, esse trabalho difícil, esse trabalho perigoso, ele é desconfigurado, e se aponta dentro dele pequenos defeitos que não correspondem a totalidade do trabalho. É como se pinçassem pequenos problemas para justificar uma atitude de soltura”.

E, sobre o caso de soltura dos seis presos com mais de 300kg de droga, Antunes falou que é algo inaceitável. “Por exemplo, não se pode aceitar que mais de 300 quilos de drogas sejam apreendidos, e, em menos de 24 horas, seis os oito presos estejam soltos. Isso é colocar a sociedade em risco. Isso é inibir e desprestigiar o trabalho de não só do Ministério Público, o Ministério Público é a ponta da corda e a ponta judicial da corda. É aqui, nas nossas mesas nas mesas dos promotores criminais, que todo excelente trabalho das polícias vem parar”, e ele ainda é enfático ao dizer que o MP fiscaliza todo o trabalho da polícia, e que em caso de qualquer problema, já teriam sido apontados. “E nós fiscalizamos o trabalho das polícias nós somos os controladores externos à polícia e se tivesse erro, nós já teríamos apontado”. Na ocasião, com eles foram apreendidos mais de 300kg de drogas, veículos, motos, placas e também grande quantidade de dinheiro.

Confira a entrevista coletiva abaixo