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Projeto coleta dados de sistemas fotovoltaicos na Serra Gaúcha

Empresas do setor estão sendo convidadas a participar. Objetivo é adotar uma metodologia específica e usar os resultados como referência para novas instalações caracterizando a produção de energia na região

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Mudanças climáticas como o calor excessivo, o frio fora de época, o efeito estufa e o aquecimento global têm se tornado cada vez mais preocupantes pelo grande impacto que causam não somente no meio ambiente, mas também na economia. O elevado custo da energia elétrica faz com que cada vez mais pessoas optem pela energia solar fotovoltaica – também chamada de FV –, instalada em telhados de residências, para uso comercial, industrial ou rural. De acordo com informações da Associação de Pequenas e Médias Empresas de Garibaldi, Apeme, para identificar a produtividade média mensal e anual de projetos desse tipo na Serra Gaúcha, surgiu o Solar Wind Tech (SWT 2022). O objetivo é coletar dados detalhados de sistemas já existentes que poderão ser utilizados como referência em novas instalações.

“Não temos dúvidas de que a geração distribuída com base em sistemas FV tem crescido de forma exponencial nos últimos anos e que apresenta custos cada vez mais atrativos. Contudo, apesar de termos centenas de unidades espalhadas em cada município e a cada dia surgirem novas instalações, nos deparamos com o fato de que não existem estatísticas nem estudos técnico-científicos como que estamos propondo, focados em avaliar a produção real da energia e, desta forma, mensurar se a energia estimada numa determinada região possui o desempenho esperado. Vamos então aplicar uma metodologia específica para caracterizar a produção real. Acreditamos que, tendo um conhecimento mais apurado da geração fotovoltaica regional, todos ganham: as empresas do setor, os usuários, agentes financiadores e os municípios”, explica o autor do projeto, o engenheiro Jorge Antonio Villar Alé.

“Começamos pela Serra Gaúcha pela relevância da região em termos de geração distribuída fotovoltaica tanto no Rio Grande do Sul como no Brasil, mas nossa ideia é que posteriormente a metodologia seja aplicada em outras regiões do país”, assinala.

A divulgação iniciou em março e já conta com adesão de nove empresas, de sete municípios. O projeto espera abranger 14 cidades no total. Para isso, empresas que atuam na Serra Gaúcha estão sendo convidadas para serem parceiras, fornecendo dados que permitirão formar uma base consolidada de informações e conhecimentos relacionados com o real desempenho dos sistemas fotovoltaicos em operação na região. Para os estudos de caso serão utilizadas instalações fotovoltaicas residenciais, comerciais, industriais ou rurais que idealmente tenham dois anos integrais de produção de energia – no caso deste estudo, 2020 e 2021. Serão incluídos nos resultados os valores médios da radiação solar (mensal e anual), assim como parâmetros de desempenho dos sistemas fotovoltaicos, entre eles a produtividade específica, a taxa de desempenho e fator de capacidade.

O projeto tem apoio dos Distribuidores Soprano, Mazer Solar Distribuidora e BelEnergy e dos softwares/plataformas SolarView, Luvik e Virtux. A Apeme é parceira do projeto. Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

Como funcionam os sistemas

Os sistemas fotovoltaicos utilizados na geração distribuída operam conectados à rede elétrica e são formados por módulos fotovoltaicos, geralmente instalados nos telhados, que transformam a energia da luz solar em eletricidade. Estes sistemas também possuem inversores que transformam a energia elétrica dos módulos fotovoltaicos no padrão fornecido pela concessionária, a mesma que as pessoas consomem em suas residências. Para o funcionamento, os sistemas devem estar de acordo com os critérios elétricos e de segurança exigidos pela concessionária de energia elétrica.

Sobre o autor do projeto
Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade de Talca no Chile, Jorge Antonio Villar Alé possui mestrado e doutorado em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Até 2015 foi professor titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Tem experiência em pesquisa na área de geração da energia a partir de fontes renováveis, com ênfase em energia eólica, na aerodinâmica de rotores eólicos, anemometria e avaliação de desempenho de aerogeradores em túnel de vento. Além disso, foi consultor ad-hoc de CNPq e revisor de artigos de revistas científicas na área de energias renováveis. Jorge Antonio Villar Alé tem executado diversos projetos para CAPAES, CNPq, Eletrobrás e FINEP. Implantou na PUCRS o Centro de Energia Eólica (CE-EÓLICA) inaugurado em 2007, parceria com a Eletrobrás, e participou da Comissão de Estudos de Turbinas para Geração Eólica da ABNT. Ele também é responsável por organizar vários eventos e workshop relacionados com estudos de energia eólica e aerogeradores. Atualmente, através da empresa Solar Wind Tech (SWT), associada à Apeme, realiza atividades focadas na capacitação gerencial para empresas do setor de energia renováveis além de treinamentos e capacitação para laboratórios de metrologia em medição de fluídos. É dele a missão de liderar a proposta para o estudo de sistemas fotovoltaicos na Serra Gaúcha através da SWT.