Nesta quarta-feira (26), professores de universidades e institutos federais de educação começaram a retomar suas atividades acadêmicas, encerrando cerca de 70 dias de greve. De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), a normalização das atividades está prevista para até 3 de julho.
A assinatura do acordo de encerramento da greve, inicialmente prevista para hoje, foi adiada para amanhã (27) a pedido da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas (Fasubra). Este adiamento tem o objetivo de permitir a realização de uma assembleia que deverá confirmar a saída dos técnicos administrativos da greve.
Eliene Novaes, presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (Adunb), informou que as aulas na instituição foram retomadas hoje, juntamente com debates intensos sobre o calendário acadêmico e os resultados do movimento grevista. Segundo Novaes, a greve resultou em ganhos significativos para os professores, incluindo avanços na reposição salarial.
“O governo apresentou uma proposta de reposição salarial de 9% a partir de janeiro de 2026, e de 3,5% a partir de abril de 2026, além da reposição dos níveis da carreira. Além desses pontos, temos outros ganhos que são resultados dessa greve, como reestruturação da carreira, direitos dos aposentados e progressão e promoção docente,” afirmou a representante dos professores da UnB.
A definição do cronograma para o retorno pleno das atividades será discutida na reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB, prevista para a tarde de quinta-feira (27). “Vamos reestruturar toda a programação de compensação de aulas durante o período de greve. Esse calendário é fundamental para assegurarmos, a estudantes e professores, todo o direito ao ensino e às ações desenvolvidas,” explicou Novaes.
O governo propôs um reajuste salarial zero para 2024, devido às limitações orçamentárias. Como compensação, ofereceu um aumento do reajuste linear de 9,2% para 12,8% até 2026, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. A Adunb informou que a recomposição orçamentária das universidades federais é apenas uma das demandas do movimento grevista e criticou a defasagem nos orçamentos e a intervenção no pleno funcionamento das universidades.