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Procurador suspeito de receber propina da Odebrecht em obra é preso no Rio

Foto: Agência Brasil
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Em um desdobramento da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, a Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta segunda-feira (1º) um mandado de prisão temporária contra o procurador do estado Renan Saad. Ele é suspeito de receber mais de R$ 1 milhão em propina para dar parecer de interesse do Consórcio Rio Barra, responsável pela obra da Linha 4 do metrô da capital fluminense, que liga a zona sul à Barra da Tijuca, na zona oeste.

De acordo com as investigações, Saad assinou parecer que avalizou um novo traçado da Linha 4 do metrô. Segundo a PF, a alteração “beneficiaria a organização criminosa vinculada ao ex-governador Sérgio Cabral”. Preso há cerca de 2 anos e sete meses, Cabral já possui nove condenações em processos que se desdobraram da Lava-Jato.

O traçado construído teve Ipanema como ponto de partida, seguindo pelo Leblon em direção à Barra da Tijuca. Inaugurada em julho de 2016, a Linha 4 teria custado aos cofres públicos R$ 9,6 bilhões.

Segundo o MPF, Saad recebeu R$ 1,265 milhão da Odebrecht, uma das construtoras que integraram o Consórcio Rio Barra. Um executivo da empreiteira informou que ele era registrado com o codinome Gordinho no sistema Drousys, que era usado para as comunicações internas relacionadas às propinas.

Saad foi abordado em sua casa em São Conrado, na zona sul do Rio. Além de procurador do estado, ele mantém atividade na advocacia particular, o que é legalmente permitido. A Justiça também determinou a realização de busca e apreensão em sua residência e em seu escritório.