Os magistrados, servidores e terceirizados trabalham diariamente na recuperação dos processos do Arquivo-Geral do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) que foram atingidos pela enchente de maio. A água chegou a atingir quase três metros de altura no prédio localizado na Rua Provenzano, nas proximidades do Aeroporto Salgado Filho, na Zona Norte de Porto Alegre.
O cronograma estabelecido está sendo cumprido com agilidade, mas também com segurança para os trabalhadores que executam as suas atividades. Além disso, com toda a cautela e cuidado necessários que esses processos precisam. O acervo inclui processos que, por seu valor histórico, receberam o selo “Memória Mundo” da UNESCO, sendo considerados Patrimônio da Humanidade.
“A gente tem sido ágil, mas com muito cuidado. É um momento de muitos desafios, mas é bonito ver esse empenho do Tribunal da 4ª Região com a preservação e recuperação desses processos, atento ao dever constitucional de guarda dos mesmos e assim preservando a memória da Justiça do Trabalho”, destaca a juíza Anita Lübbe, integrante da Comissão de Gestão da Memória do TRT-4 e designada para coordenar as ações de recuperação do acervo, juntamente com o servidor Maurício Agliardi.
A magistrada lembra que o objetivo do trabalho é resgatar o processo físico, mas sobretudo a informação que nele consta.
“E neste momento, o dever maior é a informação. Quando as pessoas nos procuram para obter registros para aposentadoria, por exemplo. Estamos num caminho muito promissor. O TRT-4 não está medindo esforços. Logo no início de maio, quando as águas subiram, comunicamos a vários órgãos e desde então temos recebido muito apoio dos mesmos, como Unesco, Arquivo Nacional, IBRAM, IPHAN e Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, CSJT, TST e CNJ. Essas orientações nos possibilitaram formar um plano de ação para recuperação dos processos que está em andamento, plano este, desde o início, com o acompanhamento direto do professor Eutrópio Bezerra e aconselhamento do professor Luis Fernando de Almeida, arquivista aposentado do TST”, ressalta Anita.
Dos cerca de três milhões de processos arquivados, aproximadamente um milhão ficaram submersos no alagamento. Quando a água baixou, além de molhados, estavam cobertos com uma camada fina de lama, material orgânico e até óleo. No dia 14 de junho, começou o trabalho de recuperação dos processos, com tratamento aquoso de todos os lotes atingidos pelas águas da enchente e a remoção para o galpão ao lado do Arquivo-Geral, previamente higienizado. No local, ocorre também a secagem e a desinfecção para posterior digitalização de alguns processos. Já no dia 20 de junho, ocorreu a digitalização do primeiro processo recuperado do alagamento do Arquivo-Geral. Todos os demais recuperados também passarão por essa etapa conforme oportuna análise de cada processo.
Com assessoria de imprensa