Comportamento

Primeiro caso de dengue infectado no município é confirmado em Caxias do Sul

Foto: Paula Brunetto / Grupo RSCOM
Foto: Paula Brunetto / Grupo RSCOM


Em três meses, 2022 já registrou 300 focos do mosquito Aedes Aegypti e no dia 10 de março, foi oficializado o primeiro caso de uma pessoa infectada por dengue, contraída em Caxias do Sul. O paciente não foi revelado mas seu estado de saúde é sintomas leves, não houve necessidade de internação, apenas acompanhamento médico.

Neste ano de 2022, já temos oito casos suspeitos, dois deles confirmados, sendo um contraído fora do município, e este de Caxias. Em 2021 durante todo o ano houve o registro de 209 focos, em 2020 – 27 e em 2019 – 34.

Devido a esta grave situação, a prefeitura de Caxias promoveu na manhã desta quinta-feira uma coletiva de imprensa para repassar dados e principalmente, chamar a atenção da população para a eliminação dos focos. Participaram o prefeito Adiló Didomenico, a vice-prefeita, Paula Ióris, a secretária de Saúde, Daniele Meneguzzi, a diretora da Vigilância em Saúde, Juliana Argenta Calloni e a diretora da Vigilância Ambiental, Sandra Tonet.

A equipe explicou que um ovo do mosquito pode sobreviver até 450 dias, em contato com água limpa, ele se torna larva, entre 24h e 48h e evoluí para o inseto. Segundo Sandra Tonet, a maioria dos focos são em residências, onde a população está acumulando água da chuva por conta da estiagem. Ela ressalta a importância desses reservatórios estarem fechados, além da higiene e limpeza em todos os pontos que podem ficar com água parada.

O acréscimo de casos foi atribuído pela prefeitura para o comportamento humano. A falta de higiene em casas e a desinformação, principalmente de pessoas idosas, dos cuidados necessários com objetos. Por conta disso, no final do ano passado 16 novos agentes de endemia foram contratados, para passar em cada local e orientar a população, fazendo vistorias. Ao todo são 92 profissionais atuantes no município.

O Alô Caxias recebe diariamente cerca de 60 denúncias de locais com água parada, 130% a mais do que no ano passado. São 35 bairros da cidade considerados infestados, sendo os bairros Cruzeiro, São José e Pio X os maiores números de focos e reincidentes na causa. Ao ser constatado o foco, a vigilância determina cinco dias para a eliminação deste, ou três dias em casos mais graves.

A prefeitura declarou que em locais públicos, veículos abandonados e demais pontos públicos que possam ser hospedeiros do mosquito, já estão sendo tomadas providências para as limpezas.

Sandra Tonet esclareceu que os inseticidas comuns não tem eficácia comprovada contra o mosquito da dengue. Além disso, o produto químico aplicado pelos agentes endêmicos não podem ser usados em todos os casos, por isso é necessário uma avaliação técnica. Sendo assim, o objetivo é que a população mude seu comportamento e elimine o foco, para que assim os mosquitos não se reproduzam com tanta frequência.

A diretora pede que a população se atente aos sintomas da dengue, pois são bem similares aos da Covid-19, por isso, a Secretaria da Saúde acredita que já tenham existidos outros casos de dengue, mas não foram diagnosticados, devido essa semelhança. Um agravamento da dengue, para a forma hemorrágica depende de cada pessoa, não é possível relacionar com demais comorbidades. Sendo assim, toda a população está sujeita a infecção e o agravamento que leva a morte.

O aumento dos casos está sendo observado, segundo a secretária Daniele Meneguzzi, a nível estadual. Pois, o Aedes Aegypti evoluiu e adaptou-se ao clima do Estado. O mosquito e os ovos não morrem com o frio, o que preocupa com a chegada do inverno.

Uma live com todas a coletiva de imprensa foi transmitida pela página do Facebook do Portal Leouve, confira.

Foto: Paula Brunetto / Grupo RSCOM
Fotos: Paula Brunetto / Grupo RSCOM