Em função do excesso de chuvas, Caxias do Sul já contabiliza prejuízo de mais de R$85 milhões na agricultura e na infraestrutura no meio rural. As regiões mais afetadas são Vila Cristina, a comunidade de Menino Deus em Forqueta, Santa Lúcia do Piaí e Vila Oliva. Os danos são diversos, ocorreram perdas na fertilidade do solo em uma área de 12.000 hectares, cultivados com as culturas de grãos (especialmente a soja), olerícolas e frutas. Também há perdas nas culturas de hortaliças, que são importantes para a economia da cidade. Na fruticultura, houve danos na cultura de caqui. Além disso, vários pomares como de uva, kiwi, citros, pêssego e pera foram danificados ou destruídos.
Atividades que envolvem animais também foram afetadas. Os motivos estão no bloqueio de acessos e na interrupção de energia elétrica, que deixou muitos produtores sem abastecimento adequado de alimentos para as suas criações.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Valmir Antonio Susin, ressalta que está sendo feito um planejamento para atender as regiões atingidas, como Sebastopol em Vila Cristina, e Santa Lúcia do Piaí, onde os agricultores tiveram inúmeros prejuízos. “Nós temos que dar uma atenção especial, porque são agricultores que trazem o produto do Ponto de Safra e das Feiras do Agricultor. Temos que começar um trabalho logo para recuperar o solo para que eles voltem a plantar, porque senão vai levar no mínimo 60, 90 dias para que nós possamos ter o produto para fornecer para os nossos produtores. Mas, por outro lado, nós temos a Ceasa de Caxias, que abastece e não vamos ficar sem abastecimento porque vem produtos de outros estados.”
Além das perdas identificadas na infraestrutura domiciliar, também há danos na infraestrutura produtiva no que se refere a estradas e acessos internos, sendo que 500 propriedades rurais foram afetadas, necessitando de reparos, além de outros danos causados pelas fortes chuvas. Algumas famílias seguem ilhadas, devido às barreiras que caíram e com isso as estradas ainda não foram liberadas.
Susin afirma que o grande problema foram as barreiras que caíram nas estradas. “Nós vimos vários pontilhões, que o pessoal não tem passagem para levar aquilo que sobrou dos seus produtos. Temos que atender e estamos atendendo não só com as máquinas da prefeitura, mas também com máquinas particulares, como a própria CIC, que está fornecendo o óleo diesel. Muitas dessas máquinas da iniciativa privada estão trabalhando só pelo óleo diesel, então é uma colaboração muito grande que eles estão dando para o município e principalmente para os agricultores para que eles possam justamente ter o trânsito de poder levar os seus produtos, aquilo que sobrou”.
A estimativa de perdas na agricultura, na cultura de milho, soja, hortaliças diversas, citros, caqui, fruticultura (outras), fruticultura (perdas futuras) e agroindústrias contabilizam R$40.717.816,00. Já na infraestrutura do meio rural, envolvendo fruticultura (estrutura), estradas e acessos internos, solos (perdas por lixiviação e erosão), construções rurais (residenciais, agroindústria, galpões e estufas), o prejuízo é de R$44.875.000,00.
*As estimativas de perdas foram determinadas de acordo com dados dos sistemas da EMATER/RS-ASCAR juntamente com técnicos da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SMAPA).