O projeto de ocupação do Complexo da Maesa, em Caxias do Sul, foi reforçado pelo poder Executivo em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (27), que contou com visita às dependências da antiga metalúrgica. Na oportunidade, o prefeito Adiló Didomenico, junto ao secretário de Parcerias Estratégicas, Maurício Batista, destacou as pretensões da administração para revitalização e empreendimento do prédio através de uma parceria público-privada (PPP).
À frente da pasta que elaborou o modelo de concessão, chamada patrocinada, Batista anunciou sua exoneração do cargo, por motivos pessoais. Quem prosseguirá com os projetos de PPPs do município é o advogado Matheus Neres da Rocha, que assume a Secretaria de Parcerias Estratégicas no dia 3 de abril.
O tão sonhado Mercado Público caxiense foi uma das questões que marcaram a visita aos pavilhões do Complexo. Este empreendimento está programado para ser construído nos primeiros 3 anos, de um total de 12, projetados para a revitalização completa da Maesa. A ideia é que o Mercado Público abrigue 90 bancas, em um espaço mínimo de 4.300 metros quadrados. Batista estima 1,6 milhão de visitas ao ano, cerca de 4 mil por mês.
“Tem que ser uma estrutura compatível com o que Caxias e a Serra conseguem consumir. A área que nós estipulamos é uma área mínima. O parceiro privado poderá ofertar mais. Ele pode fazer um Mercado Público de 10 mil metros quadrados, se ele entender que há mercado [demanda]”, argumentou.
O contrato estipula para estes 36 meses, ainda, a inauguração das secretarias, do centro de arte e cultura e de outro espaço comercial, de frente para a Rua Plácido de Castro. Nas outras fases, que fecham os 9 anos restantes, serão contemplados espaços como museu do trabalho, praça de eventos, restaurantes, área da inovação e tecnologia e hotéis. O investimento total da administração será de R$ 115,9 milhões, ao longo de 30 anos.
O secretário Maurício Batista evidenciou tópicos obrigatórios que serão estabelecidos à empresa privada, como a gratuidade da entrada ao público e a garantia da preservação do patrimônio histórico. Por outro lado, termos não relacionados às premissas básicas do projeto podem ser ajustados caso nenhuma empresa se interesse pelo edital. Conforme o chefe da pasta, esta é uma vantagem do modelo de concessão escolhido.
A etapa atual do projeto é a de consulta pública. Ou seja, é o momento para a população participar com sugestões, comentários e críticas à proposta colocada pela gestão municipal. Batista detalhou que, nestes primeiros 30 dias do processo, 45 pessoas preencheram o formulário de consulta pública, totalizando cerca de 100 contribuições. O prazo para participar é até o dia 28 de abril, por meio deste link.
“Todas as contribuições têm sido muito produtivas. O que a gente consegue perceber é, obviamente, um carinho muito grande da sociedade com a Maesa e uma preocupação natural que ela seja de todos, que ela seja plural, que nós tenhamos aqui toda a oferta de cultura, de lazer, de gastronomia para todos os públicos”, relatou o secretário.
Além disso, três audiências públicas estão marcadas para discutir a ocupação da Maesa neste meio tempo. Nesta quarta-feira (29), a Frente Parlamentar “A Maesa é Nossa” promove a primeira delas, no interior do Complexo, a partir das 19h. A Prefeitura convida a população para os outros encontros, ambos no auditório do Centro Administrativo, nos dias 14 de abril, às 18h, e 25 de abril, às 18h30min.