Na manhã desta sexta-feira (19) a Visate, responsável pelo transporte coletivo urbano de Caxias do Sul limitou a circulação dos ônibus em 50%. A restrição causou inúmeros problemas aos usuários e revolta na população que atrasou-se para os compromissos. Ainda, o aplicativo da empresa não apresentava nenhum horário de circulação, como é de costume.
Procurada pela nossa reportagem, a assessoria da Visate encaminhou a seguinte nota:
“O órgão gestor, por meio da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM), está sendo comunicado desde 22/09/2020 sobre a situação da concessionária e necessidades de socorro ao sistema de transporte coletivo urbano da cidade. Até o momento, nada aconteceu e estamos sem recursos para operar. Para mais esclarecimentos, solicitamos que entre em contato com a SMTTM, que tem todas as informações sobre o ocorrido”.
A prefeitura organizou então, uma coletiva de imprensa para esclarecer as medidas que estão sendo tomadas. De acordo com o secretário municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade, Alfonso Willembring Jr., a pasta foi avisada pela concessionária desta restrição por volta das 19h da quinta-feira (18), não dando tempo hábil para que medidas fossem tomadas. Por conta desta ação tomada pela Visate, a Procuradoria Geral do Município está analisando o contrato para tomar as medidas cabíveis juridicamente.
Willembring destacou que a surpresa foi a nota encaminhada, onde se destaca “Até o momento, nada aconteceu e estamos sem recursos para operar”, pois na visão do secretário muita coisa já foi feita até o momento. Entre as medidas destacadas por ele são reorganização do sistema de itinerários possibilitando a redução das despesas, ainda de 34% de gratuidades, o novo contrato determina 24%. Também, a quilometragem rodada diminuiu, de 1 milhão 677 mil quilômetros para 940 mil kms.
O secretário de Trânsito salientou que entende a situação financeira da Visate, assim como todas as empresas que tiveram problemas pro conta da pandemia e os exagerados aumentos no preço dos combustíveis. Por isso, está sendo proporcionado um auxílio emergencial para a empresa.
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“Nós já estamos tratando inclusive juridicamente de uma solicitação de auxílio emergencial que a empresa fez justificada, e devidamente conferida pelos técnicos da secretaria a respeito de real necessidade e esse processo já autuado já tramito dentro das secretarias de gestão e finanças de trânsito, agora para uma avaliação final por parte da PGM, pra que a gente elabore um termo de acordo junto com o Tribunal de Justiça, possibilitando esse repasse ou então esse auxílio a concessionária seja no pagamento de combustível, seja em outro compromissos eles que está evitando a continuidade do trabalho, isso de imediato e a longo prazo a reorganização do sistema”. O real valor que será repassado não foi divulgado pela prefeitura.
Alfonso Willembring ressaltou que, apesar de ser um contrato entre prefeitura e Visate recente, entrado em vigor em maio deste ano, poderá ser feita uma revisão. Pois, o que foi projetado de redução de passageiros e quilometragem, não foi o suficiente. O secretário comentou que dos 120 mil usuários por mês projetados, atualmente não chega a 100 mil pessoas. Ainda no contrato passado, a concessionária tinha que disponibilizar 330 ônibus, no novo acordo foi para 280, mas atualmente em circulação estão apenas 198 veículos, totalizando cerca 80 veículos parados por falta de passageiros.
O aporte solicitado pela Visate junto a Câmara de Vereadores foi ressaltado também na coletiva. Segundo o secretário a empresa nunca apresentou para a Prefeitura a necessidade de R$3 milhões de reais. Até as análises da Secretaria de Trânsito apontam que as despesas, para ocorrer um reequilíbrio de contas, não chegam a R$1 milhão mensal.
O prefeito Adiló Didomenico acredita que a medida tomada hoje pela Visate traz mais problemas, pois vai ao contrário da situação. Ele ressaltou que não haverá aumento do valor das tarifas e nenhum valor será destinado aos cofres da Visate, os aportes serão subsidiados de outras formas.
“Nós estamos trabalhando justamente no sentido contrário pra tomar todas as medidas necessárias, se for o caso inclusive revisão do contrato pra que isso não seja repassado para a tarifa porque justamente no momento que o transporte começa a se recuperar, pessoas voltando a usar o transporte coletivo, qualquer aumento de tarifa impacta o contrário. O número de pessoas versos os quilômetros rodados impactam fortemente na composição da tarifa e nós precisamos que o transporte seja viável, um bom trabalho, e ao menor custo possível. E o subsídio ele não se dará aporte a empresa, se for necessário nós vamos buscar todas as medidas em revisão de contrato e em último recurso será subsidiado as gratuidades do contrato.”
O Secretário Alfonso Willembring comentou que para este sábado (20) a expectativa é que o transporte já esteja normalizado, pois conversas serão mantidas com a empresa.
