Ao final de um ano marcado pela inflação e pela perda de poder aquisitivo, que fizeram o consumidor brasileiro trocar a carne bovina por proteínas mais baratas, o mercado do boi gordo aponta boas perspectivas para os pecuaristas. Após meses em declínio, as cotações da arroba de 15 quilos ensaiaram uma reação na semana passada em alguns estados. Mas o que é bom para o pecuarista pode ser ruim para o consumidor.
De acordo com Francisco Turra, que por muitos anos foi o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e hoje ainda integra o órgão, a entidade acredita que para a reta final do ano, o preço da carne deve ficar nos patamares atuais. O valor do produto subiu bastante nos últimos meses, em função das commodities que basicamente compõem a alimentação animal. Isso deixou o custo de produção e criação do gado mais elevado, impactando no preço final da carne.
Nas últimas semanas, as commodities vem registrando uma tendência de estabilidade. Desse modo, acredita-se que o preço das proteínas também devam se manter até o final do ano e início de 2023. Turra projeta que o ano que vem pode ser mais tranquilo, se as projeções de uma safra boa se concretizar. Tendo mais opções para nutrição animal, o custo de criação baixa e consequentemente o valor final, mesmo que o preço do boi gordo para o produtor fique maior.
Fonte Rádio Uirapuru