Os três policiais militares investigados pela morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, prestaram depoimento à Polícia Civil e à Brigada Militar durante o final de semana, em Porto Alegre. De acordo com o advogado Maurício Custódio, defensor do segundo sargento Arleu Jacobsen, os três reafirmaram não ter envolvimento com a morte do rapaz, ocorrida em São Gabriel, na Fronteira Oeste, em 12 de agosto. Os policiais militares negaram ter espancado o rapaz e responsabilidade por sua morte.
O jovem, que estava na cidade para cumprir o serviço militar obrigatório, desapareceu após uma abordagem dos policiais militares investigados. O corpo de Gabriel foi encontrado, cerca de uma semana depois, submerso em um açude na região de Lava Pé, onde os PMs afirmam tê-lo deixado.
Conforme Custódio, o sargento prestou depoimento na manhã de sábado na Palácio da Polícia, sendo ouvido pelo delegado que preside o inquérito. Na manhã de domingo, no Presídio Militar, o brigadiano foi ouvido pelo responsável pelo inquérito policial militar (IPM). Segundo o advogado de defesa, Jacobsen reafirmou tudo o que já disse desde o início da ocorrência. Esclareceu que a viatura foi despachada pela Sala de Operações da BM, relatou o trâmite que é seguido regularmente, sendo o comandante da viatura, no caso o sargento, obrigado a informar o quilômetro de saída e de chegada, entre outros pontos. “Tudo isso foi esclarecido ao responsável pelo IPM”, afirmou o advogado.
Custódio também ressaltou que, nas imagens que foram postadas em um vídeo nas redes sociais, aparecem apenas dois brigadianos. “O sargento estava mais afastado dos outros e quando voltou para perto dos soldados, se deparou com o Gabriel algemado”, afirmou Custódio. O sargento, segundo Custódio, perguntou para a mulher que acionou a BM, se ele ela queria dar andamento a ocorrência e ela teria dito que não. “Aí, ele (sargento) teria perguntado onde o rapaz queria ir, tendo como resposta que seria na localidade de Lava Pé. Ele resolveu, como se diz no jargão da BM, dar uma 44 (uma carona) e o Gabriel foi deixado lá”, afirmou Custódio.
Fonte: Correio do Povo