Uma denúncia de trabalho escravo movimenta o Sindicato dos Metalúrgicos, Polícia Civil e Ministério do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul. Recentemente, seis haitianos procuraram ajuda para relatar o regime de escravidão que estavam submetidos na empresa S2 Montagens Industriais.
No dia 3 de janeiro, o grupo foi ao Plantão da Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência. Ao todo, 18 haitianos trabalham no local. Dentre as afirmações, as vítimas disseram que chegavam a trabalhar 30 dias sem folga e sem receber as devidas horas extras. Eles revelaram que o proprietário costuma trabalhar armado e ameaçar os funcionários.
Os haitianos relataram que, se houvesse negação em fazer horas extras, os responsáveis pela empresa cortavam gás e internet. Se algo desse errado, o transporte era retirado e os trabalhadores tinham que voltar a pé pra casa.
“Eles cortavam a internet para que não falássemos com nossos familiares no Haiti. Uma tristeza. Quando cortavam o gás, nós tínhamos que fazer uma fogueira para aquecer nossos alimentos”, conta Neldy Alcina, um dos denunciantes.
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As vítimas trabalhariam no local há seis meses. A ocorrência foi destinada ao 3° Distrito de Polícia.
Preconceito
Além das condições pelos haitianos, os trabalhadores também se queixam de discriminação racial. “Na hora da refeição, primeiro almoçam os brancos, depois os negros”, afirma Neldy.
