Nesta quarta-feira (25), a Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação que tem como objetivo apurar possíveis crimes contra a população yanomami, em Roraima. Ações e omissões que desencadearam a crise humanitária na reserva indígena poderão configurar até mesmo crime de genocídio.
Leia também:
Exonerados coordenadores da Funai após crise de saúde na Terra Indígena Yanomami
De acordo com informações, o inquérito foi solicitado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. A partir de agora, a investigação buscará esclarecer a atuação do garimpo ilegal na reserva indígena e de que forma essa atuação contribuiu para a crise humanitária yanomami. Ainda, a Polícia Federal deverá esclarecer se houve omissão por parte de agentes públicos, além de financiamento dos atos ilegais e demais crimes.
A crise humanitária
De acordo com informações do Ministério dos Povos Indígenas, 570 crianças da etnia yanomami morreram por contaminação por mercúrio (utilizado no garimpo) e por desnutrição severa. Desde a última sexta-feira (20), o Ministério da Saúde decretou estado de emergência, na tentativa de prestar auxílio sanitário à comunidade.
Segundo o secretário nacional de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba, mais de mil pessoas com graves problemas de saúde já foram transferidas da Terra Indígena Yanomami, perto da fronteira com a Venezuela, para a capital de Roraima – uma viagem que, em aviões de médio porte, dura, em média, duas horas.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reserva Yanomami