Garibaldi

Polícia Civil está concluindo inquérito sobre o caso de idosa encontrada em hotel de Garibaldi

Agentes da delegacia do município vão colher últimos depoimentos de funcionários do hotel

Polícia Civil está concluindo inquérito sobre o caso de idosa encontrada em hotel de Garibaldi
Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil de Garibaldi está concluindo o inquérito do caso da idosa de 73 anos que estava desaparecida a mais de quatro décadas, localizada em um hotel do município. A tomada de depoimentos iniciou na última quarta-feira (8). Os agentes da Delegacia já ouviram dos donos e da administradora do estabelecimento.

Conforme o Delegado Marcelo Ferrugem, que está a frente do caso, resta ouvir alguns funcionários e ex-funcionários do hotel. “Nos tomamos os depoimentos dos donos do hotel, que sustentaram as informações anteriores. Eles alegam que ‘herdaram’ a responsabilidade pela senhora, um vez que a mãe deles havia pedido, pouco antes de falecer (em 2015) que eles cuidassem dela, pois a idosa não teria família”, afirmou o delegado.

Contudo, a situação em que o ambiente onde a idosa morava foi considerada degradante. “Quando os agentes chegaram ao local, encontraram a idosa dormindo. Era por volta das 15h. O ambiente não possuía luz artificial e nem mesmo entrada de luz natural. As roupas de cama estava bem sujas e os móveis estavam quebrados”.

Como justificativa, os donos do hotel afirmaram que por diversas vezes tentaram ajudar a idosa, que sempre negou. “No depoimento, eles alegaram que tentaram inclusive colocar um televisor no quarto, mas a mulher não quis. Ela mesmo afirmou quando foi levada até a delegacia que não era uma pessoa fácil de lidar, uma pessoa arredia”.

Para o delegado, a investigação está quase no final, restando apenas colher alguns depoimentos. “Da parte da polícia, a investigação está quase concluída. Não há configuração de cárcere privado, uma vez que a idosa tinha o seu direito de ir e vir garantido. O que pode ser alegado é maus-tratos contra a idosa, devido ao ambiente em que ela vivia”, conclui o delegado.

O Ministério do Trabalho e Emprego segue com outra investigação para averiguar se a idosa se encontrava em condição de trabalho análoga a escravidão. Ainda na quarta-feira (8), agentes do MTE estiveram em Cachoeirinha colhendo o depoimento da mulher. Conforme as informações preliminares divulgadas pelo órgão, a mulher afirmou que realizava alguns trabalhos de limpeza do local e seria remunerada semanalmente.