Na manhã desta sexta-feira (01), a Polícia Civil realizou atendimento à imprensa para apresentar informações sobre o caso do porteiro agredido em um condomínio no bairro Rio Branco, em Porto Alegre.
O Diretor do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV), Delegado Christian Nedel, disse que o departamento trabalha com temáticas sensíveis e destacou o papel da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI): “A Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância tem um papel fundamental na preservação dos direitos humanos das pessoas que estão em situação de hipossuficiência e vulnerabilidade. Aqui, neste caso específico, de vítimas de crimes raciais e crimes de intolerância”.
A Delegada Titular da DPCI, Delegada Tatiana Bastos, durante sua manifestação, explicou a cronologia dos fatos e informou sobre o andamento da investigação: “Realizamos oitivas, ouvindo o porteiro e testemunhas, que aparecem no vídeo das câmeras do condomínio. Nesta manhã, o suspeito foi ouvido. Nos próximos dias estaremos concluindo este inquérito policial que apura os crimes de lesão corporal, ameaça e injúria racial.”
Relembre o caso
No dia 21 de fevereiro de 2024, aproximadamente às 21h45min, em um condomínio localizado no bairro Rio Branco, na cidade de Porto Alegre, a vítima, de 53 anos, foi agredida pelo suspeito, de 35 anos, por não permitir a subida de um motoboy, pois ele não possuía o endereço correto para a entrega do lanche.
Em ligação pelo telefone, ao informar que o entregador havia ido embora sem entregar o lanche, a vítima passou a ser injuriada racialmente pelo suspeito. Momentos depois, o suspeito foi à procura do síndico e ambos se dirigiram à portaria. Nesse momento, as ofensas e ameaças continuaram, até que o suspeito passou a agredir fisicamente a vítima, que estava sentada, com socos no rosto e, principalmente, na região dos olhos.
Após a chegada da Brigada Militar e o acionamento do SAMU, a vítima foi levada para atendimento médico no HPS e posterior exame de lesões corporais no DML. O suspeito evadiu-se do local sem ter sido devidamente identificado pela Brigada Militar.
No dia 24 de fevereiro de 2024, foi registrada uma ocorrência policial dando conta do crime de injúrias raciais, na 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento. Tão logo tomou conhecimento dos fatos, a Delegada Titular da DPCI, Delegada Tatiana Bastos, instaurou procedimento policial para apurar os crimes de racismo, ameaça e lesão corporal, dando início imediatamente às investigações policiais.
A vítima foi ouvida ainda na tarde da segunda-feira (26) e realizou exame de corpo de delito no IGP, cujo laudo ainda não foi acostado aos autos. As três testemunhas presentes no local dos fatos foram ouvidas na terça feira, dia 27. Já o agressor foi localizado e intimado a comparecer à Delegacia de Polícia, sendo interrogado na manhã desta sexta-feira (01). Uma quarta testemunha está sendo identificada e prestará esclarecimentos à autoridade policial nos próximos dias.
As câmeras de segurança do prédio, onde os fatos ocorreram, foram devidamente entregues pelo condomínio e se encontram em análise.
Fonte: Polícia Civil