Na manhã desta quinta-feira (06) a Polícia Civil deflagrou, em Rio Grande, a Operação Respeito, com o objetivo de combater golpes contra idosos. São cumpridos nove mandados de busca e apreensão, com o apoio operacional do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Mobilidade, Acessibilidade e Segurança – Superintendência de Obras e Posturas Municipais.
Segundo o delegado Maiquel Fonseca, desde o início do ano começaram a chamar atenção as ocorrências de golpes praticados contra idosos beneficiários da previdência, por instituições de crédito. Os mandados visam tanto as instituições de crédito quanto as residências dos suspeitos, a fim de serem apreendidos documentos e provas das negociações, bem como identificados novos integrantes desta associação criminosa.
Conforme as investigações, em uma das formas que o golpe se apresenta, a vítima é captada por estratégias agressivas de marketing (panfletagem nas proximidades das “lojas de crédito”), ingressa no estabelecimento e faz uma “simulação de empréstimo”, na qual é feita digitalização de seus documentos. Após, mesmo sem terem feito a contratação, são lançados empréstimos em nome da vítima, com desconto em folha.
Posteriormente, quando percebem o desconto indevido e procuram a agência de crédito, os idosos são orientados a sacar o dinheiro e entregá-lo aos criminosos, sob a promessa de que estes fariam a “baixa” do empréstimo junto ao banco. Muitas vezes os criminosos acompanham as vítimas ao banco para fazerem este saque.
Em outra variação do golpe, é feita uma contratação de valor superior ao solicitado pela vítima. Com isso, os criminosos contatam a vítima, informando ter havido um “erro”, e solicitam o saque do valor excedente, que dever ser entregue, em dinheiro vivo, aos criminosos.
Além destas formas de modus operandi, a Polícia Civil divulga que há a contratação de empréstimos sem que o crédito seja depositado na conta da vítima, mas com o desconto em folha. Nestes casos, os criminosos enganam as vítimas, prometendo que o crédito será feito a seguir, colocando a culpa pelo atraso na burocracia do Estado.
Em um dos casos, uma investigada fez contato com a vítima dentro do hospital, onde assinou os contratos de empréstimo, sem que o valor fosse depositado na conta. Após três meses de procrastinação e ardil, a suspeita entregou à vítima, em dinheiro vivo, parte do empréstimo contratado, mas o desconto segue no benefício previdenciário da vítima.
Conforme o delegado Maiquel, atualmente há mais de oito inquéritos instaurados, com vítimas identificadas. Além disso, há cerca de outras 60 vítimas do mesmo tipo de golpe, com diligências em andamento, apontando para a autoria dos mesmos suspeitos.