Com o anúncio do encerramento das atividades da empresa calçadista Arezzo&Co, o município de Veranópolis estuda mudar a política de incentivos destinada ao setor industrial calçadista. Os motivos para o fechamento da unidade local são a escassez de mão-de-obra na região e reestruturações internas da marca. A operação havia sido aberta em 2021 e ficou em funcionamento menos de dois anos.
O prefeito de Veranópolis, Waldemar de Carli (MDB), avaliou a situação em tom de desabafo a partir das experiências que teve com indústrias calçadistas que se instalaram na cidade. “Eu já enfrentei a saída da São Paulo Alpargatas, da Dal Ponte, da Coopershoes. A nossa matriz era muito calçadista, hoje não é mais. A saída da Arezzo não me deixou preocupado. Nós subsidiamos o aluguel e o cálculo do que recebíamos (através de imposto direto) era desfavorável para nós”, reclamou o chefe do executivo em entrevista a imprensa local.
A Arezzo&Co tinha subsidio de 50% do valor do aluguel do pavilhão onde estava instalada. O valor ficava em torno de R$ 30 mil era amparado em Projeto de Lei (PL) aprovado na Câmara de Vereadores. “Não adianta mais buscar indústria calçadista. Se ela quiser vir, de boa vontade, ela vai pagar o aluguel. Agora, com subsídio da Prefeitura, não cabe mais. Acho que as nossas empresas da cidade conseguem atender essa demanda de emprego”, desabafou.
O fim das atividades da Arezzo, em Veranópolis, não muda a estratégia da empresa, que no Rio Grande do Sul emprega 2,6 mil funcionários, opera 35 lojas e produz mais de 13 milhões de pares de calçados por ano.
Os 163 colaboradores e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Caxias do Sul e Região (Sindvest) foram comunicados da decisão na terça-feira (02).