Justiça

PMs que confrontaram sete ladrões e impediram assaltos a bancos na Serra devem ser promovidos

PMs que confrontaram sete ladrões e impediram assaltos a bancos na Serra devem ser promovidos

Paraí, 6 de março de 2020. Praticamente nove meses depois, os 12 policiais que atuaram na repressão a um ataque criminoso que tinha como alvo duas agências bancárias na Serra Gaúcha, começam a ser valorizados. O deputado estadual Sérgio Turra (PP) protocolou ofício no dia 2 de dezembro na Assembleia Legislativa recomendando a promoção dos agentes por ato de bravura. Aliado a isso, há uma sindicância interna da Brigada Militar (BM) que pode resultar na promoção dos brigadianos que arriscaram a vida para defender a comunidade de Paraí. Na ocasião, PMs confrontaram e mataram sete criminosos, além de impedir os roubos.

Mas, você sabia que, destes policiais, boa parte estava de folga e foi voluntário na ação? Possivelmente, não. Então, conheça a real história por trás do ato exitoso que culminou com o impedimento de dois assaltos e na morte de sete criminosos em confronto com a Brigada Militar.

139 quilômetros

Essa foi a distância que percorreram policiais da Agência de Inteligência do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO/Serra) de Caxias do Sul a Paraí. Uma noite em claro, os confrontos e o reconhecimento da comunidade que acordou com os estampidos. Uma cena típica de filme.

O inquérito, arrastado por todo período, foi emitido para sindicância que avaliará a possibilidade de promoção para todos os policiais que atuaram no local, naquela madrugada. Individualmente, agora, haverá a avaliação da conduta de cada policial na ação.

A História
Na noite da quinta-feira (05/03/2020), chega o primeiro informe: uma quadrilha, em dois veículos, preparava-se para assaltar as agências do Banco do Brasil e do Sicredi de Paraí, cidade com pouco mais de 7 mil habitantes. Naquela noite, o bando acreditava chegar na pacata cidade e concluir com êxito o roubo.

Porém, eles não sabiam da ação de agentes. Naquela noite, dois policiais à paisana estavam de serviço. Sabedores do grau de periculosidade dos criminosos, pediram voluntários para a ação. Sem pensar, quatro PMs, na hora, saíram de suas casas, no dia de folga, para agir.

Os seis brigadianos à paisana saíram de Caxias do Sul às 22h30min e contaram com apoio do setor de inteligência do 3° Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas e uma equipe da Força Tática do 3° Bpat. Seriam 12 policiais para tentar evitar o ataque a duas agências bancárias.

Mal sabiam eles que, naquela madrugada, ocorreriam três confrontos, praticamente em igualdade numérica.

Momento de tensão
Com armamento pesado, os criminosos chegaram no município em dois carros: um Ônix e um Agile, sujos de pó. Enquanto uma equipe mapeava a área até poucos minutos atrás desconhecida no aguardo dos ladrões, a segunda guarnição que saira de Caxias do Sul ficou entre os dois carros dos criminosos na avenida principal. Caso fossem descobertos pelos sete bandidos, os três agentes pouco poderiam fazer para reagir. Mas, a sorte também anda ao lado dos bons.

O confronto
A ação iniciou em frente à agência do Banco do Brasil. Um único policial militar da inteligência estava taticamente analisando o possível primeiro ponto de ataque a banco na via após receber a informação sobre os veículos suspeitos rondando a agência. Quando três desembarcaram do carro e invadiram o agência, começou o tiroteio. O PM, sozinho, conseguiu atingir e derrubar dois criminosos. Ele efetuou 120 disparos de arma de fogo. O reforço chega e o trio que cometeria o assalto, tomba.

Perto dali, a exatos 110 metros, demais policiais confrontaram com outros quatro criminosos em dois momentos distintos: um defronte ao Sicredi e, depois, nos fundos da agência. O quarteto de criminosos tombou no local e os assaltos às agências bancárias foram evitados como se estivéssemos assistindo as melhores cenas de um filme de Hollywood.

A medalha
Agradecidos e assustados, aos poucos os moradores de Paraí elogiavam a ação da Brigada Militar, por mais cinematográfica que fosse, a repressão pode ter salvo vidas e garantiu sossego naquele momento para a região. A ação, reconhecida pelos comandantes como exitosa, deve gerar a promoção por ato de bravura aos policiais envolvidos na ocorrência.

Os envolvidos
Na ação, em confronto, morreram Emerson Chagas Fernandes; Jonatan de Souza Dutra; Flávio Alessandro Graminha de Freitas; Emanuel Terra dos Santos; Jorge Luis dos Santos Rosa Jr.; Eroni Francisco Tauchen Lourenço; e Leonardo Pereira da Silva. O Instituto Geral de Perícias não havia informado as idades dos integrantes da quadrilha.

Eles estavam armados com quatro espingardas calibre .12, uma metralhadora e duas pistolas. Em uma mochila, no primeiro ataque a banco, os PMs apreenderam 30 quilos de explosivos, que seriam capazes de derrubar o prédio inteiro do Banco do Brasil.

Relembre em vídeo o momento de um dos confrontos: