Os três policiais da Brigada Militar (BM) de Caxias do Sul acusados de matar e simular um confronto que culminou com a morte de Lucas Raffainer Cousandier, 19 anos, na madrugada de 4 de fevereiro de 2016, irão ao banco dos réus nesta segunda-feira (18). O Tribunal do Júri ocorre a partir das 9h30min.
Emerson Luciano Tomazoni, Gabriel Modesti Ceconi e Devilson Enedir Soares, foram denunciados por homicídio qualificado, inovação artificiosa qualificada (fraude processual), porte ilegal de arma de fogo de uso equiparado ao restrito e denunciação caluniosa. Eles estão presos preventivamente no Presídio Militar.
O caso
Às 3h30min da madrugada de 4 de fevereiro de 2016, três jovens de Bento Gonçalves estavam em Caxias do Sul e foram alvos de uma abordagem da Brigada Militar na Avenida Itália, no bairro São Pelegrino. Por ter ingerido bebida alcoólica, o condutor de um Ka de cor vermelha fugiu pelas vias centrais até a Avenida Bruno Segala, a Perimetral Sul.
Nas proximidades da Igreja São Francisco, no bairro Kayser, perdeu o controle do carro. Ali, Cousandier, que estava no banco do carona, foi atingido por um tiro na cabeça. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu no Hospital Pompéia.
Inicialmente, a ocorrência foi repassada como um confronto com os policiais. A viatura estava com marcas de disparos e dois revólveres calibre .38 foram apreendidos.
Antes da abordagem, no dia 1º de fevereiro de 2016, uma das armas havia sido retirada de uma residência na Rua Reinaldo Soardi, no bairro Planalto Rio Branco. Os PMs alegaram ter recebido uma denúncia de que, no imóvel, havia armas e drogas para entrar na casa. O GPS da viatura identificou o endereço, o que bateu com a versão do proprietário do revólver. A investigação da Polícia Civil apontou que a cena do crime foi alterada.
Ao longo do processo, 23 testemunhas foram ouvidas.