Opinião

Plano Diretor x Apae

Plano Diretor x Apae


O advento das redes sociais e da formação de gupos de pessoas por interesses específicos tem difundido assuntos bem interessantes. Vou pontuar um deles que me dará gancho para falar sobre o que quero: as fotos antigas da cidade. Quem não gosta de ver os prédios e comparar o que permaneceu e o que mudou? Os carros, as vestimentas, as ruas ainda vazias. Saudosismo, sei. Mas não seria bom termos um pouco da paz e do bucolismo de 40/60 anos atrás?

Pois está seus pormenores finais o anteprojeto de atualização do Plano diretor. Um plano que teve um estudo encomendado à Ufrgs e que chegou a ser discutido por duas ou três entidades – notadamente aquelas ligadas ao setor da Construção Civil, ou incorporadoras. Um grupo de moradores apenas parece tentou se envolver e proteger a característica do lugar em que moram. Refiro-me aos residentes nos bairros Planalto e São Bento. Mas, ao que sei, pouco obtiveram de resultado em seu pleito de proteger a área de virar um grande canteiro de obras.

Pois agora há esta venda do terreno e da sede inteira da Apae, justamente localizada no quadrilátero e maior valor comercial da cidade, formado elas ruas Xingú e Planalto. Diz-se que a venda foi por 15 milhões de reais; diz-se que a nova sede da Apae será no bairro Imigrante, que receberá ligação até a rua Xingú. Não sei, a direção da Apae não se manifesta.

O Rotary não gostou do negócio. Acha que faltou transparência. Na Apae o que se houve são queixas e murmúrios contra leviandades. Mas a entidade resiste a vir a público esclarecer a transação. Diz que só o fará em agosto. Por que? Não faço ideia. Aliás, talvez faça.

O negócio da venda do terreno só terá sentido se o novo Plano Diretor aprovar, como parece já estar desenhado, edificações de até 14 andares naquela área, ou pelo menos mais do que pode hoje.

Enfim, em mais cinco anos os cartões postais da cidade estará completamente transformados e a população não foi convidada a sequer uma reunião para debater o novo Plano Diretor. E pensar que já houve reforma do Plano precedida por mais de cem encontros públicos. E não venham dizer que ainda haverá tempo. Quando a proposta for para a Câmara vai apenas cumprir uma formalidade.

São os tempos e nós somos passageiros dele e de quem efetivamente decide como será nossa cidade.