Comportamento

Piranhas devoram 80% dos peixes do Rio Jacuí e deixam pescadores sem renda

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Desde o mês de fevereiro, os pescadores gaúchos que obtêm sua renda e alimentação do Rio Jacuí vêm enfrentando problemas com a infestação de piranhas. No município de General Câmara, ao menos 70 famílias foram prejudicadas pela invasão biológica e o consequente desaparecimento dos peixes na região.

Nativas do Rio Uruguai, as piranhas vermelhas de água doce são uma espécie invasora no sistema fluvial gaúcho, chamada palometa. De acordo com o analista ambiental do Ibama no Rio Grande do Sul, Maurício Vieira de Souza, o resultado da interação da palometa com os peixes nativos é imprevisível.

De acordo com Maurício, esse tipo de invasão é difícil de ser eliminada. “Geralmente, temos que nos acostumar a conviver com essas espécies, por mais que cause transtornos. No caso da piranha, ainda não sabemos o quanto está consolidada essa invasão. E também não sabemos qual será o comportamento desses animais a médio e longo prazo. A tendência é que comecem com uma explosão populacional, mas com o tempo elas entrem em equilíbrio com o ambiente, de forma menos agressiva”, disse.

O presidente da Associação de Pescadores de Santo Amaro (RS), Everson Flores, relatou que há cerca de dois meses vem assistindo a oferta de peixes cair. Normalmente, os pescadores voltavam para casa diariamente com 20kg ou até 30kg de peixes, mas agora, quando voltam com algo não é mais do que 2kg. Alguns pescadores nem tem colocado a rede na água, pois sabem quais serão os resultados.