Bento Gonçalves

PF investiga participação de advogado de Bento na fraude da telefonia

A operação carmelina foi deflagrada em 2014 em Bento e em passo Fundo, onde fica o escritório de Dal'Agnol (Foto: arquivo)
A operação carmelina foi deflagrada em 2014 em Bento e em passo Fundo, onde fica o escritório de Dal'Agnol (Foto: arquivo)
A operação Carmelina foi deflagrada em 2014 em Bento e em Passo Fundo, onde fica o escritório de Dal’Agnol (Fotos: arquivo)

O advogado de Bento Gonçalves Roger Bellé está entre os profissionais investigados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por suspeitas de participação em um esquema em que os envolvidos recebiam suborno de uma operadora de telefonia para prejudicar quem os contratava em processos milionários contra a empresa, identificado em 2014 pela operação Carmelina.

De acordo com a Polícia Federal (PF), ele e Cássio Viegas de Oliveira, de Montenegro, no Vale do Caí, representavam vítimas que tinham direito a receber mais de R$ 60 milhões. Nesses processos, a investigação aponta que, em um dos acordos, no valor de R$ 12 milhões que seriam destinados a cinco clientes, eles teriam recebido apenas R$ 15 mil cada.

Eles acordavam um escritório com o outro para desistir do processo e obviamente pela investigação que nós estamos levando a cabo aqui, 40% a Brasil Telecom pagava por fora e não por dentro do processo em acordo judicial”, afirmou o delegado Mário Luiz Vieira, da PF de Passo Fundo.

A investigação aponta que Bellé teria ligação com o escritório de Maurício Dal’Agnol, de Passo Fundo, já indiciado no esquema para prejudicar clientes, em uma fraude que envolveria também o escritório de contabilidade de Vilson Bellé, pai do advogado de Bento Gonçalves. A polícia acredita que Bellé estava entre os principais parceiros de Dal’Agnol nas fraudes.

O inquérito investiga as ligações dos suspeitos em fraudes com a operadora Oi. que comprou a Brasil Telecom. Em nota à imprensa, a empresa afirmou que até o momento a empresa não é objeto da investigação e, ao que tem conhecimento pela mídia, o fato é restrito a um suposto episódio envolvendo um dos prestadores de serviços jurídicos. A Oi acrescenta que confia na técnica e discernimento das autoridades investigativas e se coloca à disposição para prestar eventuais esclarecimentos a fim de contribuir com as apurações em curso.

A informação é desmentida pela PF em Passo Fundo, que afirma que o inquérito 127/2017 é mais abrangente e tem como alvo a operadora.

A defesa de Bellé nega a acusação e diz que o advogado era apenas um parceiro de Dal’Agnol, que era quem sacava os valores e entregava os cheques para distribuir aos clientes.

O advogado foi procurado pela reportagem, mas não retornou as ligações.