O ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) foi indiciado criminalmente pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira, dia 26, suspeito de ter recebido propina através de desvios de dinheiro nas obras da Arena Fonte Nova, em Salvador. De acordo com a PF, o petista teria embolsado R$ 82 milhões dos cerca de R$ 450 milhões desviados de obras do estádio, palco de jogos da Copa do Mundo de 2014.
As apurações da PF fazem parte da Operação Cartão Vermelho, deflagrada nesta segunda-feira. Ao todo, foram sete mandados de busca e apreensão. Um deles, na casa do ex-governador, no Corredor da Vitória, área nobre de Salvador. Lá, além de documentos, os agentes apreenderam 15 relógios de luxo. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), que atualmente é comandada por Wagner, também foi alvo de mandados.
A Polícia Federal informou que foram encontradas irregularidades em contratos envolvendo serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio. O esquema teria beneficiado o consórcio Fonte Nova Participações (FNP) – formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.
A PF chegou a pedir a prisão do ex-governador, do secretário de Casa Civil do Estado, Bruno Dauster, e de um empresário, mas as solicitações foram negadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), responsável pelos mandados que deflagraram a operação.
Do total de R$ 82 milhões, conforme a PF, R$ 3,5 milhões foram declarados como doação oficial da campanha eleitoral do PT em 2014 para o cargo de governador do estado.
Em nota, o PT afirmou que ação da PF faz parte de uma “campanha de perseguição contra o Partido dos Trabalhadores e suas principais lideranças”. Em coletiva à imprensa, o ex-governador baiano afirmou que as denúncias são infundadas e que nunca recebeu propina.