O faturamento em dólar do setor agropecuário brasileiro cresceu 3,2% de janeiro a setembro frente ao mesmo período do ano passado, somando 126 bilhões de dólares e estabelecendo novo recorde para o período. A performance foi possível graças ao incremento de 14,7% nos volumes embarcados. Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, estimam que, se o setor mantiver o mesmo desempenho do último trimestre de 2022, a receita das exportações pode superar os 160 bilhões de dólares, o que seria um novo recorde anual. A análise do Cepea é feita com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex.
Segundo o Cepea, o desempenho do agro exportador está atrelado ao maior volume embarcado, pois os preços médios em dólar caíram 10% no período analisado. O milho continua sendo o produto com maior taxa de crescimento, com alta de 40% no volume embarcado. A soja em grão se mantém como líder na quantidade exportada. De acordo com pesquisadores do Cepea, além dos produtos do complexo da soja e do milho o ano tem sido favorável ao setor sucroalcooleiro e às carnes de frango e suína.
O Cepea aponta que a demanda internacional tem sido suportada pelas economias chinesa e norte-americana. Do lado da oferta, o Brasil apresentou produção recorde, garantindo embarques. Porém, o crescimento da produção também em outros países levou à queda de preços ao longo dos nove meses de 2023. China, Estados Unidos e União Europeia continuam sendo os principais parceiros comerciais brasileiros, com outros importantes mercados que, em grupo, apresentam boa participação, como é o caso dos países da Liga Árabe e os asiáticos – exceto a China. De acordo com o Cepea, para estabelecer novo recorde nas exportações é importante que o real não se valorize muito frente ao dólar norte-americano ao longo dos próximos meses.
Fonte: Correio do Povo