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Pesquisa da FIERGS mostra que 63% das indústrias afetadas pelas enchentes sofreram paralisação de atividades no RS

A consulta foi realizada com 220 empresas do setor, entre 23 de maio e 10 de junho

Pesquisa da FIERGS mostra que 63% das indústrias afetadas pelas enchentes sofreram paralisação de atividades no RS
(Foto: CMPC/DIVULGAÇÃO/JC)

Uma consulta realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) com 220 empresas do setor, entre 23 de maio e 10 de junho, revelou um cenário preocupante: 81% das indústrias foram afetadas pelas inundações do mês passado, com 63% sofrendo paralisação total ou parcial das suas atividades. A maioria (95%) dessas interrupções durou até 30 dias.

Impacto catastrófico nas indústrias gaúchas

“As enchentes foram catastróficas para o Rio Grande do Sul. Além do drama pessoal de quem perdeu familiares e viu suas casas serem invadidas pelas águas, a economia gaúcha também sofrerá um impacto imenso, cujo efeito deve começar a ser detectado nos próximos meses, e precisará de um tempo ainda incerto para se recuperar. Mas os primeiros sinais já aparecem, com a confiança e a expectativa dos industriais gaúchos desabando”, disse o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, ao analisar o resultado da consulta divulgada nesta quarta-feira (12).

Perfil das indústrias afetadas e tipos de prejuízos

O levantamento teve como objetivo entender o perfil das indústrias mais afetadas, avaliar a extensão e os tipos de prejuízos sofridos por elas e captar as perspectivas. Coordenado pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da FIERGS, o trabalho contou com o apoio na divulgação da Unidade de Desenvolvimento Sindical (Unisind), dos sindicatos filiados à entidade, do Conselho de Articulação Sindical e Empresarial (Conase), da Gerência Técnica e de Suporte aos Conselhos Temáticos (Getec) e do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS).

Entre os principais prejuízos decorrentes da catástrofe, destacam-se problemas logísticos para escoamento da produção ou recebimento de insumos, questões com pessoal e colaboradores, além de dificuldades com fornecedores atingidos pelas enchentes. Adicionalmente, 31,3% das empresas informaram prejuízos em estoques de matérias-primas, 19,6% em máquinas e equipamentos, outros 19,6% nos estabelecimentos físicos e 15,6% em estoques de produtos finais.

Medidas urgentes e necessidade de apoio

“É uma tarefa extremamente difícil reconstruir o Estado, a economia tem que andar, e não está andando”, ressaltou o presidente da FIERGS. Diante deste cenário grave, Gilberto Porcello Petry reforçou a importância de medidas urgentes de apoio às empresas, para evitar demissões. Entre as principais sugestões estão a reativação de medidas emergenciais de manutenção do emprego, como o Benefício Emergencial (BEm) e o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese), além do acesso rápido a crédito e capital de giro.

Resiliência e futuro das indústrias

Apesar do impacto, 64,2% das empresas consultadas pela FIERGS não pretendem mudar o local de suas sedes, permanecendo na mesma área de instalação. Já 20,1% ainda não decidiram o que farão com o seu negócio. As principais medidas que incentivariam as empresas a retomar suas atividades no mesmo local incluem melhoria da infraestrutura, postergação ou anistia do pagamento de tributos e concessão de crédito subsidiado.

Cobertura de seguro e decisões de negócio

A consulta detectou que 52% das indústrias não possuíam cobertura de seguro contra perdas e danos decorrentes das enchentes. Entre as micro, pequenas e médias empresas, 63,4% estavam sem seguro, enquanto cerca de 70% das grandes empresas estavam seguradas. Entre as empresas sem seguro, 16% optaram por fechar seus negócios ou mudar de localização, em comparação com 13% das seguradas que tomaram decisões semelhantes.

Recuperação e ações futuras

Segundo o levantamento da FIERGS, 60% das empresas planejam alocar recursos para a recuperação dos negócios num mês. As grandes empresas destacam a necessidade de melhorias na infraestrutura e medidas específicas para prevenir novos alagamentos como ações governamentais prioritárias para retomada das atividades. Por outro lado, as pequenas e médias empresas apontam a necessidade de subsídios financeiros e postergação ou anistia de tributos como medidas essenciais para sua recuperação.

Confira o estudo completo clicando aqui.