Período de calor exige atenção redobrada com proliferação do mosquito da dengue

Com a proximidade do início do verão, a Secretaria Municipal da Saúde de Caxias do Sul, por meio da Vigilância Ambiental em Saúde, reforça o alerta quanto à proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. O trabalho de orientação e conscientização é realizado pelos agentes de combate às endemias, que em 2023 já identificaram e bloquearam 743 focos do inseto.

A principal forma de combate é uma orientação antiga, mas sempre válida e importante: a eliminação de quaisquer pontos com água parada, local onde o Aedes deposita seus ovos. Conforme Rogério Poletto, médico veterinário e diretor técnico da Vigilância Ambiental em Saúde, o inverno sem grandes períodos de frio impactou no ciclo de reprodução do mosquito, que tende a ser mais acelerado quando o clima é quente. Para se ter uma ideia, entre junho e agosto de 2022 a Vigilância identificou e bloqueou 17 focos do Aedes. No mesmo período de 2023 foram 55 focos, ou seja, mais do que o triplo.

“Se neste inverno encontramos mais focos, a tendência na primavera é também aumentar e entrarmos no verão, que é o período de mais velocidade de reprodução e infestação desse mosquito, com um crescimento bastante grande. Por isso novamente salientamos muito para a população não esquecer de verificar sua residência, seu condomínio, local de trabalho, para ver se tem algo que possa acumular água, seja ralo sem tela, balde, tambor, tonel, caixa d’água para captação de água da chuva, piscina sem tratamento, pratinho de flor, pneus, garrafas…”, aponta Poletto, que sugere que essa inspeção seja semanal.

Ele lembra que o combate ao mosquito se dá de forma coletiva, por meio da atuação dos agentes de combate às endemias e também da população, que deve realizar a inspeção no seu lar e também no seu ambiente de trabalho. O diretor destaca, ainda, que grande parte dos focos têm sido encontrados em recipientes para captação de água da chuva: cerca de 1/3 do total de focos encontrados são em locais que servem para armazenar água.

“Quem for fazer captação de água da chuva, que faça de forma consciente. O recipiente deve estar bem tampado, deve ser lavado constantemente, ser bem telado, que a entrada da calha seja telada também, que o ladrão extravasor seja telado… Se não for feito assim, o mosquito vai entrar e utilizar esse local para colocar os seus ovos. Estamos trabalhando, eliminando criadouros, mas tivemos inverno com pouco frio, primavera chuvosa, então precisamos muito da colaboração da população messe combate”, salienta.

Além das visitas a residências, a Vigilância Ambiental em Saúde realiza o monitoramento periódico de 197 pontos estratégicos, onde há grande probabilidade de formação de pontos de água parada, como cemitérios, borracharias e ferros-velhos. Neste ano foram contabilizados 37 casos de dengue importada (contraídos fora do município) e quatro autóctones (contraídos no município). Todos os pacientes já estão recuperados.