O mundo ganhou 573 novos bilionários desde 2020, primeiro ano da pandemia do novo coronavírus. O número corresponde a um novo ricaço a cada 30 horas, segundo o estudo Lucrando com a dor, apresentado pela Oxfam neste domingo às vésperas da reunião presencial do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça).
Os agora 2.668 super-ricos somam um fortuna que chega a R$ 60,96 trilhões (US$ 12,7 trilhões), um aumento de R$ 18,14 trilhões (US$ 3,78 trilhões) desde 2020. A riqueza total dos bilionários do mundo é hoje equivalente a 13,9% do PIB global, valor quase três vezes maior do que o verificado em 2000 (4,4%).
A pesquisa indica ainda que o mundo poderá ter um milhão de pessoas empurradas para a pobreza extrema a cada 33 horas em 2022, quase a mesma velocidade do surgimento de novos bilionários durante a pandemia.
“O aumento das fortunas de um pequeno grupo de pessoas enquanto a maioria da população do mundo enfrenta o drama da fome, falta de acesso à saúde e à educação, falta de perspectiva de vida, é aviltante. Os valores humanos estão escorrendo pelo ralo dos privilégios e da concentração de renda, riqueza e poder”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Para Katia, aumento desproporcional da riqueza de poucos não é celebrável. “É um sinal de alerta, de urgência para que algo seja feito a fim de recolocar a humanidade nos trilhos da inclusão de todos e todas, e de resgate da dignidade de cada pessoa, independente de cor, raça, etnia, gênero, orientação sexual, religião, lugar de origem e território que habita”, destaca ela.
O estudo da Oxfam também revela que as grandes empresas dos setores de energia, alimentação, tecnologia e medicamentos tiveram lucros acima da média, ao mesmo tempo que salários ficaram estagnados e os trabalhadores tendo que encarar a alta nos preços dos produtos básicos.
Fonte: Correio do Povo