Agro Rural

Pampa gaúcho é o bioma com maior alta no desmatamento

Pampa gaúcho é o bioma com maior alta no desmatamento
(Foto: EDUARDO AMORIM/VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO

Relatório divulgado nesta segunda-feira (25), aponta que o desmatamento no Brasil cresceu 20,1% em 2021, atingindo 16,5 mil km² em todos os biomas. Em três anos, o Brasil perdeu uma área verde próxima à do estado do Rio de Janeiro. Em dados brutos, a Amazônia é o bioma com maior território afetado: 59% do total. Depois vêm Cerrado (cerca de 30%), Caatinga (7%), Mata Atlântica (1,8%), Pantanal (1,7%) e Pampa (0,1%). Proporcionalmente, tiveram maior alta em um ano a Caatinga (89%) e o Pampa (92%), mas os resultados sobre o primeiro bioma derivam também de melhora na captação de dados.

Na Amazônia, a estimativa é de que sejam derrubadas 18 árvores por segundo. E apenas 27% das áreas desmatadas são alvo de alguma fiscalização.

Os dados são do Relatório Anual de Desmatamento no Brasil, do MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima realizada por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia. “Indicam que há um problema crônico e se agravando em todas as regiões do Brasil”, diz Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas.

Segundo o estudo, 77% da área total desmatada ficava em imóveis registrados no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural. “Em ao menos três quartos dos desmatamentos, é possível encontrar um dono ou responsável”, diz. Para ele, é preciso fortalecer ações, como embargar terras com desmate ilegal (o que dificulta o acesso a financiamento), impedir regularização fundiária em áreas com desmate irregular e banir produtos de origem irregular do mercado.

A agropecuária é o principal vetor de pressão (96,6%) para o desmate. Também há perdas ligadas a garimpo, mineração, expansão urbana e usinas de energias solar e eólica.

Do total desmatado, 5,3% estavam em áreas protegidas, 3,6% em unidades de conservação e 1,7% em terras indígenas. A Área de Proteção Ambiental do Triunfo do Xingu e a Floresta Nacional do Jamanxim, ambas no Pará, são as mais atingidas. Das terras indígenas, 40,5% tiveram ao menos um registro de desmate.

Fonte: Jornal do Comércio