A RA da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) desta segunda-feira (17) recebeu o cientista político Fernando Schüler, que abordou temas como as variáveis e os riscos que marcam o contexto político brasileiro e as perspectivas políticas e econômicas que o País tem pela frente.
Fernando Schüler, que doutor em Filosofia e mestre em Ciências Políticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com pós-doutorado pela Universidade de Columbia, afirmou que o impacto da revolução tecnológica determinou o fim do poder como antes conhecido. “Os indivíduos ganharam poder, e as instituições tradicionais perderam a curadoria”, acrescentou.
Sobre as dificuldades de serem debatidas as reformas no contexto da política brasileira, levando em consideração o advento da Internet, Fernando ressaltou que as redes sociais, de certa forma, dificultam os debates. “Reformas que mexem, com interesses localizados, sendo no setor público ou privado. O Brasil tem como tema, uma carga tributária muito alta, muito complexa, é um sentido de os setores buscarem as obrigações fiscais, e isso acaba transformando. A rede social, inclusive, dificultou mais ainda, e torna a política mais difícil. Mesmo assim, o Brasil fez reformas importantes, como o marco do saneamento, reforma da previdência, reforma trabalhista, então o país conseguiu avançar em algumas coisas, mas ainda falta muito no que avançar”.
Schüler também falou sobre o que esperar economicamente e politicamente em 2023 no cenário brasileiro. “Acho que é um ano de menor crescimento com relação ao ano passado. A projeção do FMI recente, em torno de 1%, o mercado está convergindo para essa avaliação. Acho que há muita incerteza, e são dois pontos: a regra fiscal, pois o “diabo mora nos detalhes”. De onde é que vai vim essa arrecadação tributária, para fazer cumprir a meta do superavit e fazer zerar o déficit até o ano que vem.”
Fernando Schüler é especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e Especialista em Gestão Cultural e Cooperação Ibero-americana pela Universidade de Barcelona (UB).
Foi Secretário de Estado da Justiça e do Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul e diretor da Fundação Iberê Camargo. É criador e curador do Projeto Fronteiras do Pensamento. Possui experiência na área de análise política, com ênfase nas áreas de políticas públicas, história e filosofia política.
Fotos: Alice Corrêa/Grupo RSCOM