Comportamento

Pais e amigos dos autistas organizam atividades neste sábado (2) em Caxias do Sul

Foto: Pais e Amigos dos Autistas
Foto: Pais e Amigos dos Autistas

Em comemoração ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, destacado no próximo sábado, 2 de abril, os pais, amigos dos autistas, prefeitura e demais entidades municipais estão organizando um encontro com diversas atividades. O evento será a partir das 14h, até as 17h, no Parque dos Macaquinhos, em Caxias do Sul. O evento é gratuito.

O grupo organizador criou uma página no Facebook sobre o encontro. No ambiente virtual há a seguinte descrição.

” O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, 2 de abril, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2007. Essa data foi escolhida com o objetivo de levar informação à população para reduzir o preconceito contra os indivíduos que apresentam o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Você sabia que de acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos), 1 a cada 44 crianças possuem autismo?

O tema da Campanha Mundial deste ano é “Lugar de Autista é em Todo Lugar”. Entender melhor essa condição é a chave para o fim do preconceito e da discriminação que cercam as pessoas com TEA, as quais apresentam apenas uma forma diferente de agir e encarar o mundo, e afinal todos nós somos diferentes né?

Vista-se de azul, e vem com a gente!”

Uma das organizadoras, Nicole Caprini, explica que “o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não é considerado doença ou deficiência, e sim, um Transtorno Global de Desenvolvimento, que começa na primeira infância e tem como principal sintoma a dificuldade de interação social”.

Ela conta que devido às dificuldades enfrentadas por cerca de 2 milhões de autistas brasileiros, foi sancionada, em 2012, a Lei 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA. Desde então, para todos os efeitos legais, o autista é considerado pessoa com deficiência, fazendo jus às garantias que a legislação prevê para essas pessoas. No Brasil, segundo a estudante de Serviço Social, ainda não há uma coleta de dados da quantidade de pessoas que possuem TEA, sendo assim considerado o número de incidência de diagnósticos com base no CDC.

Nicole comenta que a criança diagnosticada com TEA precisa de terapias multidisciplinares, dentre elas: fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicoterapia, entre outras. Essas terapias ofertam uma melhoria na qualidade de vida da pessoa com autismo.

“No nosso município, quando nos referimos a atendimentos prestados ao público com TEA pelo SUS, podemos contar com poucas ofertas. No CES há o atendimento de Fonoaudiologia, porém a fila de espera é grande, tendo que, por vezes, esperar 2 anos para iniciar o tratamento. E, além disso, é aprovado um número limitado de sessões, fazendo com que o sujeito retorne para a fila de espera após a conclusão dessas sessões autorizadas. Isso gera uma interrupção nos atendimentos, que deveriam ser contínuos para o autista.”

Nicole Caprini salienta que a mesma situação se repete com a psicologia, que, quando procurada, não tem um viés de atendimento comportamental. Ela resume que as crianças autistas que são atendidas pelo SUS de Caxias do Sul não tem atendimento adequado. Esse fato faz com que as pessoas busquem suporte em entidades privadas e ONGs, já que a rede pública quase não oferece atendimento, ou, se fornece, o faz de forma precária.

Portanto, para solucionar a falta de atendimento, Nicole acredita que o ideal é a criação de um Centro de Atendimento Especializado para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo, Interdisciplinar mas com foco na saúde.

“Afinal o que é anormalidade? O que é normalidade? Essa característica é estabelecida por parâmetros sociais. Esses parâmetros promovem a patologização, ou seja, não há reconhecimento da diversidade da expressão humana, além de suscitar a criação e o estabelecimento de estigmas e estereótipos, propiciando um campo de discriminações e preconceitos relacionados a determinado grupo social. E isso se dá pela falta de informações para que a sociedade entenda as particularidades de cada indivíduo”, conclui Nicole.

Em caso de chuva o evento será transferido para outra data.