Opinião

Os perigos da Internet: é bom ficarmos atentos!

Os perigos da Internet: é bom ficarmos atentos!

As facilidades da Internet são inquestionáveis. Hoje, podemos fazer quase tudo por meio dela, desde movimentação e toda atividade bancária, comercial, reuniões das mais importantes, por meio de videoconferências, defesas de teses, entrevistas, programas de televisão…nela não há fronteiras. Até bons casamentos tiveram nela sua origem, relacionamentos que se mantêm estáveis. Sou testemunha de alguns deles. Por outro lado, ela propicia golpes de toda a natureza e, principalmente, nos expõem a riscos inimagináveis.

Pensei nisso, ao ler sobre o caso ocorrido em 1º de agosto de 2007, em Blue Springs (Mo), quando, em um Motel dos arredores da Cidade (Interstate Inn), o policial local Troy Pharr salvou Amanda Howard, de 18 anos, sequestrada e grávida de 9 meses, quando a vítima estava na iminência de ter sua barriga cortada para retirada de seu bebê por Lauren M. Gash, de 19 anos de idade, da localidade de Odessa, com o auxílio de uma amiga, Alisa D. Betts, de 17 anos de idade.

Como a aproximação entre elas foi possível? Pela internet. Amanda Howard ficou grávida muito jovem e de um namorado que não assumiu a paternidade. Com o apoio da mãe, embora se tratasse de uma família de poucas posses, decidiu levar adiante a gravidez, e acabou conhecendo Lauren M. Gash que, na ocasião, lhe forneceu um nome falso (na rede mundial de computadores, em um desses sites de roupas e outros utensílios para bebês chamado “MySpace”).

Depois de conquistar a amizade e a confiança de Amanda, dizendo a ela que recém havia tido um bebê, Lauren se prontificou a dar à Amanda o enxoval do filho, pois já não o usava mais, desde que a vítima fosse buscá-lo em sua casa, em Kansas City. Muito boazinha, como Amanda, por si só, não conseguia vir, prontificou-se de ir busca-la para buscar o enxoval e conduzi-la, após para a sua casa.

De fato, Lauren, com o falso nome, junto de uma cúmplice, com toda a gentileza, apareceu na casa de Amanda, para que todas se dirigissem a Kansas City para buscar o tal enxoval. Mas…em meio ao caminho, Amanda percebeu que se tratava de um plano macabro para retirar de seu ventre a criança e, em seguida, matá-la. Já haviam providenciado até a certidão de nascimento do bebê = Johnny Gash – sobrenome da verdadeira sequestradora, com uma falsa pulseirinha de hospital.

Amanda contou à Polícia que, dentro do carro, em meio à viagem para Kansas City, enquanto Alisa conduzia, Lauren espirrou spray de pimenta nos olhos da vítima e, com isso, a imobilizou. Ambas as sequestradoras levaram Amanda para o motel acima referido, onde amarraram seus braços na cama, pretendendo cortar seu ventre, retirar o bebê, levá-lo, e deixar Amanda para morrer.

Ocorre que Alisa não conseguiu levar o plano a efeito. Saiu do motel, deixando Lauren sozinha com a vítima, sendo esta a grande sorte de Amanda e de seu filho: ao sair, Alisa deu à Polícia um telefonema anônimo e, em delatando o que estava acontecendo, possibilitou a atuação policial que deslocou até o motel, onde Amanda estava, desesperada, no banheiro, e Lauren no quarto com os petrechos para a tal “cirurgia” improvisada. Foi por pouco…muito pouco!

De onde surgiu o plano macabro por um triz inexitoso?

Lauren, em seu seio familiar, simulou uma gravidez de um menino. Foi mentindo e dissimulando a gravidez. Chegando próximo ao fim da falsa gestação, só faltava implementar o plano: encontrar uma vítima perfeita, no final da gestação, para tirar de seu ventre a criança e matar a verdadeira mãe, para dissimular também um parto. Amanda era a vítima perfeita, porque, além de estar esperando o filho mais ou menos para época em que o falso filho de Lauren deveria nascer, era pessoa que precisava muito do auxílio do enxoval que lhe foi oferecido por uma amiga tão “gentil” e “bem intencionada”.

Para arrematar, Lauren, ao arquitetar o plano tétrico, se inspirou em um caso anterior muito semelhante, ocorrido no ano de 2004, em crime do qual foi autora Lisa Montgomery que, para o mesmo fim, matou uma gestante, no noroeste do Missouri, quando a vítima estava com 8 meses de gestação para ficar com a criança. Lisa foi presa e o bebê, uma menina, sobreviveu.

No dia 11 de janeiro último, a BBC News, a propósito, noticiou que Lisa Montgomery, a única mulher no corredor da morte federal dos Estados Unidos, onde estão os presos condenados à pena capital em julgamentos em tribunais federais, deveria ser executada na semana seguinte, por meio de injeção letal, na penitenciária de Terre Haute, em Indiana. Lisa Montgomery, hoje com 52 anos de idade, é a primeira mulher a ser executada pelo governo federal americano em quase 70 anos. O último caso do tipo foi o de “Bonnie Brown Heady”, executada em 1953, na câmara de gás, pelo sequestro e morte de um menino de seis anos de idade.

Disso tudo, fica uma lição: temos que ser extremamente cautelosos quando encontramos pessoas “online” e, ainda, nunca irmos a nenhum encontro pessoal com elas sozinhos e sem dizer para alguém onde fomos. Isso pode ser determinante de você sobreviver ou morrer. A condenação de criminosos, depois, é só quimera neste país.