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Operação Étimo investiga corrupção envolvendo obras federais no estado

Ação ocorre em Caxias do Sul e Chapecó (SC). Foto: (PF/Divulgação)
Ação ocorre em Caxias do Sul e Chapecó (SC). Foto: (PF/Divulgação)

A operação Étimo da Polícia Federal contra um suposto esquema de lavagem de dinheiro no Rio Grande do Sul deflagrada na manhã desta quarta-feira, dia 16, envolve as três principais empreiteiras com atuação no estado e duas entidades representativas do setor. A informação foi confirmada pela delegada Ilienara Cristina Karas, responsável pela investigação, que destacou que as empresas investigadas são responsáveis pelas principais obras rodoviárias em andamento no estado.

Ela confirmou também que a investigação é um desdobramento da Operação Lava-jato. “Usamos as informações compartilhadas da Lava Jato”, disse a delegada, que informou que a Polícia Federal apura crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção.

A polícia apreendeu documentos para auxiliar a investigação a comprovar o crime ocorrido entre os anos de 2000 e 2011, durante execução de obras públicas federais em rodovias gaúchas, envolvendo pelo menos R$ 30 milhões. Os mandados judiciais foram cumpridos em Porto Alegre, Canoas e Glorinha, além de Brasília. Houve ainda o sequestro judicial de bens e afastamento de sigilo dos investigados.

Conforme o delegado Alexandre Sbarrola,  delegado-chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, dois investigados, o doleiro Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro (conhecido como Tonico Cordeiro) e o engenheiro Athos Albernaz Cordeiro, que são irmãos, estão envolvidos no desvio de recursos, por meio de contratos fictícios com as consultorias, e lavaram pelo menos R$ 30 milhões no Panamá e na Suíça.

Com dados obtidos a partir de compartilhamento das informações da 26ª Fase da Operação Lava Jato, chamada de Operação Xepa, foi possível aprofundar as investigações sobre esquema envolvendo a lavagem de dinheiro por meio de entidade associativa ligada às grandes empreiteiras. 

A entidade recebia das empreiteiras um percentual do valor de obras públicas realizadas no estado. Contratos de assessoria entre a entidade associativa e empresas de fachada eram utilizados para dar aparência de legalidade às operações financeiras de retirada de valores dessa entidade. A movimentação ilegal desses recursos, no Brasil e no exterior, sua origem e sua destinação são objeto de investigação pela Operação Étimo. 

O nome da Operação é uma referência à origem das informações que possibilitaram o aprofundamento das investigações. Étimo é um termo que exprime a ideia de origem, que serve de base para uma palavra, a partir da qual se formam outras.