Polícia

Operação contra grupos neonazistas é deflagrada em sete estados, incluindo Rio Grande do Sul

Investigação é da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro

Foto: PCSC / Divulgação / CP
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A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio Janeiro deflagraram na manhã desta quinta-feira a operação Bergon contra grupos neonazistas que estão sendo alvos de operação em sete estados. Quatro mandados judiciais de prisão e outros 31 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Armas e farto material foram recolhidos. Além do RJ, a ação acontece no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. Os alvos são suspeitos de crimes de racismo e antissemitismo. No RS, são dois deles. Em SC, o alvo é da cidade de Porto União.

As investigações começaram há sete meses e mobilizam a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) da Secretaria de Estado de Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP. O trabalho investigativo apurou a prática de atos violentos, de discriminação e preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional por meio de redes sociais.

Um ponto de partida das autoridades teria sido o ataque à creche de Saudades, em Santa Catarina, em maio deste ano. Na época, um jovem esfaqueou e matou com facadas três bebês e duas professoras. Na análise do que foi apreendido com Fabiano Mai, 18 anos, foram encontradas conversas, pela internet, de ódio e racismo com jovens de diversos estados. Seis prisões foram então efetuadas na ocasião na região Sudeste, incluindo o filho de um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ele utilizava um aplicativo para espalhar o ódio e atrair simpatizantes, principalmente com ameaças contra negros e judeus.

A partir da análise do material periciado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, os agentes constataram farto material de conteúdo racista contra negros e judeus, chamando a atenção os diálogos ameaçadores, cooptação de simpatizantes, treinamento e, principalmente disseminação de ódio.

O nome da operação faz alusão à freira francesa Denise Bergon, que usou seu convento para abrigar crianças judias entre alunos católicos durante a Segunda Guerra Mundial, evitando serem capturadas pelos nazistas.

 Foto: PCSC / Divulgação / CP
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Fonte: Correio do Povo