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Operação contra extorsões e golpe dos nudes mira suspeitos em ao menos quatro cidades gaúchas

Segundo investigações, um idoso teve prejuízo de mais de R$ 100 mil e chegou a realizar empréstimos para pagar os valores exigidos pelos criminosos

Operação contra extorsões e golpe dos nudes mira suspeitos em ao menos quatro cidades gaúchas
Mandados foram cumpridos também no Presídio Estadual de São Leopoldo. - Foto: PCRS/divulgação

A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (26) a Operação Protector, que apura a prática de crimes de extorsão, conhecidos como “golpes dos nudes”. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Nova Hartz, Parobé e Sapiranga nos domicílios dos suspeitos, além do Presídio Estadual de São Leopoldo. Duas pessoas foram presas preventivamente, incluindo um indivíduo que cumpria pena em regime semiaberto.

A ação, que também teve apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), apreendeu ainda celulares e um veículo do líder do grupo criminoso adquirido através dos golpes.

A vítima do golpe investigado é um idoso. Segundo as apurações, ele teve um prejuízo de mais de R$ 100 mil e chegou a realizar diversos empréstimos para pagar os valores exigidos pelos criminosos. O homem chegou, também, a transferir seu veículo para um dos integrantes da associação criminosa. Após as extorsões não cessarem, a vítima procurou a delegacia pedindo proteção. Naquela oportunidade, dois suspeitos que buscavam recolher mais dinheiro da vítima foram presos em flagrante.

 

A prisão realizada nesta quarta-feira dá continuidade à investigação que durou cerca de seis meses e identificou oito criminosos do grupo cujo líder organizava toda a dinâmica de dentro do sistema prisional. Para a prática, ele contava com o apoio logístico de indivíduos que assediavam e faziam o recolhimento dos valores exigidos e também de “laranjas”, indivíduos sem antecedentes criminais que forneciam seus dados bancários para o recebimento de vantagem indevida.

Segundo a delegada Ariadne Moraes Langanke, boa parte das vítimas sofre silenciosamente às pressões exercidas pelos criminosos em razão do constrangimento que o assunto suscita ao invadir a intimidade. O crime inflige grave sofrimento e apreensão nas vítimas, levando-as ao endividamento financeiro, à perda de patrimônio, à depressão e, em alguns casos ao suicídio, como medida extrema.

“É importante que as vítimas relatem imediatamente esta situação à Polícia Civil, para que se possa promover o devido acolhimento e iniciar as pertinentes investigações de maneira que se identifique e se responsabilize criminalmente os autores das extorsões, cessando esses crimes, até com pedido de medidas cautelares, se for o caso. Fundamental também que as vítimas efetuem o bloqueio dos contatos criminosos e não cedam às chantagens, haja vista que, uma vez feito qualquer tipo de repasse de valores aos criminosos, como suposta indenização, as extorsões jamais param, sempre havendo um subterfúgio para mais cobranças.”, comentou a delegada.

Qualquer informação pode ser repassada para a Delegacia de Nova Hartz pelo telefone (51) 3565-1382 ou whatsapp (51) 9 8443-6749, garantindo-se o sigilo da informação.