A Polícia Civil cumpre, na manhã desta terça-feira, 15 mandados de busca e apreensão contra empresas e pessoas físicas. A operação, batizada de Abecedário, acontece simultaneamente no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, investiga irregularidades na contratação de uma empresa terceirizada pelo Departamento Autônomo de Estadas de Rodagem (Daer), entre os meses de junho e dezembro de 2016.
Segundo as investigações, há indícios de crimes licitatórios, superfaturamento, possível lavagem de dinheiro, crimes contra a administração pública e associação criminosa.
As buscas foram deflagradas em Porto Alegre, Passo Fundo, São Leopoldo, Cachoeirinha e no Rio de Janeiro. Segundo os delegados responsáveis pelas investigações, Max Otto Ritter e André Lobo Anicet, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat), entre os alvos, estão empresários que passaram pela prefeitura da Capital ano passado, como o ex-diretor-geral do Daer, Ricardo Moreira Nuñez, e o ex-diretor de Administração e Finanças do Daer, Saul Sastre, indicado pelo PSB para ocupar o cargo no governo de José Ivo Sartori.
Outro caso investigado está relacionado a um ex-diretor de Nelson Marchezan. Michel Costa que era integrante do grupo de sócios em comum que ganhou o contrato para o serviço de protocolo do Daer. Costa ingressou como sócio da OWL em junho de 2016, quando a empresa passou a atuar na autarquia estadual como terceirizada.
No segundo semestre de 2017, a empresa de Costa recebia valores supostamente superfaturados do Estado, e foi contratada por R$ 38 mil, para prestação de serviços nas redes sociais da campanha do então candidato a prefeitura da Capital, Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Durante a gestão de Marchezan a empresa OWL/Disruptcode desenvolveu uma plataforma que interessados em trabalhar na prefeitura registram currículos e agendam entrevista, esta ferramenta foi chamada de Banco de Talentos e doada ao município.
Costa foi escolhido por Marchezan para ser diretor-técnico da Procempa, ele iniciou o processo de monitoramento de GPS, depois foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Carris.
Costa não ficou com os cargos e pediu demissão em 9 de agosto de 2017, após a notícia que uma das suas empresas estava sobre investigação, suspeita de superfaturamento no valor de R$ 422 mil do Daer.