ONG que resgata pets abandonados e vítimas de maus-tratos busca doações em Caxias do Sul

Há cerca de três anos, a ONG Sem Raça Definida realiza o trabalho de resgate de animais abandonados e vítimas de maus-tratos em Caxias do Sul. Com um grupo de 12 voluntários, a entidade atende a denúncias encaminhadas pela população e faz o acolhimento de cães e gatos por meio de uma rede formada por lares temporários e clínicas associadas. Além disso, terapeutas realizam tratamento psicológico de animais com traumas emocionais em virtude de abusos cometidos por tutores irresponsáveis. Os custos podem chegar até R$ 60 mil mensais, dentre os despesas gerais e gastos com o tratamento.

Conforme explica a presidente da ONG, Andressa Mallmann, são realizadas ações frequentes de arrecadação de recursos, como jantares, rifas e vaquinhas online, além do brechó que funciona na sede da entidade, localizada na rua Sarmento Leite, 3090, no bairro Rio Branco. O estabelecimento funciona de segunda a sábado, das 13h30 às 17h30 (exceto nas quintas-feiras). Contudo, Andressa salienta que, em grande parte das vezes, as doações não cobrem o conjunto total dos gastos – o que obriga que os voluntários arquem com as despesas restantes com recursos próprios.

“Somente com um cão vítima de maus-tratos, o custo fica entre R$ 5 mil a R$ 7 mil, entre atendimento geral e diárias. Das clínicas, a gente só custeia a partir de ajudas. A demanda é muito alta, mesmo com o órgão público e todas as demais ONGs trabalhando, temos casos diários muito graves. Os casos mais graves são remetidos à nossa ONG”, ressalta.

A presidente salienta ainda que o acolhimento aos animais também envolve a própria Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) e veterinários especializados, que acompanham as denúncias e ajudam a confirmar a situação de maus-tratos. Com o laudo médico que atesta o crime, é dada voz de prisão em flagrante em função de abusos, como tortura, zoofilia ou negligência. Em algumas ocasiões, são dezenas de animais resgatados de uma só vez. Para embasar os casos de crime de violência contra animais, é utilizada a chamada Lei Sansão (Lei Federal 14.064/2020), que prevê prisão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda do animal.

“São casos que podemos contar com a Brigada Militar, que acionamos pelo 190 e requisita a guarnição. Eles conduzem esse atendimento por meio da Lei Sansão, através do que a veterinária disser, se for maus tratos ele já é encaminhado pra Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA), porque é de obrigação isso ocorrer. Na delegacia o delegado diz é flagrante ou não”, pontua Andressa.