O Carnaval chegou e com ele muitos festejos e diversão em todo o Brasil. Além dos blocos espalhados pelas ruas e a presença dos foliões, cuidados são essenciais para se prevenir de violência, principalmente contra às mulheres. Saber respeitar, saber a importância do não é um dever de todos. Essa é a mensagem que a Organização não Governamental (ONG) Rosa Del Leste quer transmitir na campanha intitulada “Unidas do Rosa: Não é Não”. O instituto, localizado na Avenida Júlio de Castilhos, 1657, em Caxias do Sul, atua há dez anos auxiliando mulheres e vítimas de violência doméstica.
Campanha Unidas do Rosa: Não é Não
A coordenadora do Instituto Rosa Del Este, Janaína Menegazzi do Nascimento, destaca que a campanha foi idealizada com a equipe de marketing, a qual é conhecedora da proposta da ONG e, no levantamento, viu que seria necessário tratar o assunto violência no Carnaval, conscientizando à população sobre o poder do não.
“Nosso primeiro objetivo era montar este bloco, o “Unidas Pelo Rosa: Não é Não, Juntas Somos mais Fortes!”, porém preferimos fazer um trabalho interno, em frente ao nosso espaço, trabalhando diretamente com as nossas usuárias, pois acreditamos que precisa ser aos poucos. Precisamos trazer a importância do Carnaval, um momento que é de diversão, um momento que é de alegria, mas é um momento que ocorre muita violência. Ocorrem muitos assédios, pois hoje, infelizmente, as pessoas não estão mais respeitando o não. Eu não quero, eu não gostaria, eu não gostaria que você me pegasse, que você me tocasse. Isso são manifestações de assédio”.
A campanha ocorre fortemente nas redes sociais do instituto, com objetivo de conscientizar as pessoas para a importância de combater a violência em meio as festividades. Além disso, em frente ao espaço da ONG há uma faixa onde muitos transeuntes podem acompanhar.
A mensagem da campanha será trabalhada por sete dias, na semana do Carnaval e de festividades pela Serra Gaúcha. Para acompanhar, basta acessar no Instagram @inst.rosadeleste.
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O Instituto Rosa Del Este
Janaína do Nascimento fala um pouco mais sobre a ONG e seus propósitos, visto os inúmeros casos de violência contra às mulheres. Ela ressalta que os fundadores fizeram uma pesquisa e estudos para conhecer o que tinha na cidade em favor das vítimas de violência doméstica. O espaço foi criado em novembro de 2021, em meio à pandemia de covid-19.
“Visualizamos que não tinha um espaço que trabalhava com a mulher vítima de violência e o seu contexto familiar. A partir disso, começamos a idealizar este espaço via ferramentas onde essa mulher possa se sentir à vontade. Essa mulher vem por busca espontânea, e a maioria das nossas usuárias vem através de busca na internet, nas redes sociais, específicas do espaço. Nós também trabalhamos com alguns serviços da rede. Conhecimento: uma conhece a outra, que visualiza como trabalhamos, sendo uma forma bem humana. Acreditamos que essa mulher precisa ser acolhida e mostrada para ela os seus direitos, é desta forma que hoje trabalhamos.”
A ONG hoje trabalha com 70 mulheres em acompanhamento e seu contexto familiar, sendo filhos e pessoas próximas. Dentre as atividades e acompanhamentos, o instituto oferta atendimentos psicológicos, serviço social, saúde, assistência e educação.
Os trabalhos da ONG duram há 10 anos envolvendo assistência para pessoas necessitadas, sendo auxiliados moradores de rua e vítimas de violência. Janaína ainda lembra a quantidade de pessoas que já foram acolhidas no instituto. “Hoje temos um número exato de 420 pessoas que nós já interferimos positivamente. São 150 mulheres vítimas de violência, 270 no contexto dessas mulheres, sendo filhos, já tivemos escuta de autores da agressão”.
A mulher que procura ajuda do instituto, além de ser recebida pela equipe de funcionárias, é bem recebida com muito carinho por três auxiliares: Dimy, Frederico e Romeu, os cães da raça Yorkshire, que trazem ainda mais conforto para as vítimas de violência doméstica.