Comportamento

Ondas de calor deixarão regiões inteiras inabitáveis nas próximas décadas, diz estudo

Especialistas da ONU e Cruz Vermelha projetam que as taxas de mortalidade ligadas ao calor extremo sejam muito altas

(Foto: Dominique Faget / AFP)
(Foto: Dominique Faget / AFP)

Regiões inteiras do mundo se tornarão inabitáveis nas próximas décadas devido às ondas de calor, que se tornarão mais frequentes e intensas. O alerta foi feito pela ONU e pela Cruz Vermelha nesta segunda-feira (10).

Menos de um mês antes da COP27, que será realizada em novembro no Egito, a ONU e a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) instaram, em um relatório conjunto, a se preparar para as ondas de calor futuras e assim evitar um grande número de mortes.

As organizações indicaram que, dada a atual evolução do clima, “as ondas de calor podem atingir e ultrapassar [os] limites fisiológicos e sociais” dos humanos nas próximas décadas. Isso ocorrerá principalmente em regiões como o Sahel e sul e sudoeste da Ásia.

A situação provocará “sofrimento em grande escala e perda de vidas humanas, movimentos populacionais e agravamento das desigualdades”, alertaram as organizações. De acordo com o documento, em quase todos os territórios em que há estatísticas disponíveis, as ondas de calor constituem o perigo climático mais mortal.

Todos os anos, milhares de pessoas morrem pelas ondas de calor. O fenômeno se tornará cada vez mais mortal à medida que as mudanças climáticas se acentuam, segundo Martin Griffiths, chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) e Jagan Chapagain , secretário-geral da FICV.

O relatório lembra que a onda de calor que atingiu a Europa em 2003 deixou mais de 70.000 mortos e que a onda de calor que a Rússia viveu em 2010 matou mais de 55.000 pessoas.

De acordo com o documento, os especialistas esperam que as taxas de mortalidade ligadas ao calor extremo sejam muito altas, “comparáveis, em magnitude, a todos os cânceres até o final do século”.

Fonte: Correio do Povo