Eu vou rifar meu coração, vou fazer leilão, vou vendê-lo a quem der mais… a música fez estrondoso sucesso na voz de Lindomar Castilho e as gerações mais novas nem saberão de quem falo. Enfim era a música brega que deu lugar ao sertanejo universitário e às músicas de fossa das novas cantoras do rádio.
Pois a letra e melodia me vieram à mente ao pensar na situação de Michel Temer o presidente que balança e pode cair a qualquer momento. Estão rifando Temer que se segura como pode ao poder. Tem dois aliados importantes para tanto, justamente os presidentes do Senado, Eunício Oliveira, o índio das delações da Odebrecht e o presidente do Congresso Rodrigo Maia, o Botafogo, da mesma delação.
Ou seja gente com o rabo tão preso quanto o próprio presidente.
Chega a ser patética a tentativa de fazer parecer que tudo está normal. O que se viu ontem na comissão do senado sobre a reforma trabalhista é um acinte. Não havia a menor chance de manter o trabalho. Uma oposição barulhenta não aceita que se vote ou sigam os ritos das reformas neste ambiente de desconfiança e desprestígio do governo. Ainda assim deram como lido o relatório da reforma, o que, efetivamente não aconteceu e, se aconteceu, ninguém ouviu. Prova cabal de que a reforma virá mesmo goela abaixo de quem quer que seja.
Os grandes órgãos de comunicação começam a manifestar seus prós e contras a Temer. A Band se mostrou favorável à permanência de Temer. Outras entidades empresariais também lutam para que a normalidade continue por entenderem não ser mais possível adiar a votação das reformas e a retomada na confiança para que os negócios não sejam mais afetados do que já foram.
Mas aí vem uma OAB nacional e quer o impeachment.
Olha é muito barulho e as perspectivas de calmaria nas próximas semanas inexiste. O Brasil vive uma verdadeira convulsão. Difícil saber de onde virá um discurso apaziguador ou uma atitude apaziguadora.
Nos corredores do Congresso se procura alguém com perfil para agradar a gregos e troianos – vai ser difícil encontrar. O certo é que Temer pode até se sustentar no Planalto, mas dificilmente será para o bem do país.