No último final de semana, vimos vários atos em cidades brasileiras pedindo o retorno do voto impresso. Na Serra Gaúcha, tivemos manifestações em Bento Gonçalves, Farroupilha, Garibaldi e Caxias do Sul.
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Atos ocorreram em Bento Gonçalves
Além de mais de 25 capitais do país para que seja implementado ainda nas eleições de 2022. A discussão foi puxada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que acusa o modelo de não ser confiável e alega que houve fraudes na votação de 2018.
Mas, o que está acontecendo: Foi proposta a PEC 135/19 redigida pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e tem como relator o deputado Filipe Barros (PSL-PR), ambos integrantes da base governista.
E como funcionaria, após o seu voto, ele poderá ser conferido e o papel será depositado de forma automática e sem contato manual com a urna. A PEC já está em fase final para apreciação do plenário.
Contra e a Favor
Os opositores do novo modelo acreditam que impressão “comprovante” pode fragilizar o sistema de segurança, desacelerar o processo de apuração e colocar o sigilo do voto do eleitor em risco.
Já os que são a favor da medida, afirmam que isso trará mais confiança para a população, pois acreditam que atuais urnas podem ser manipuladas e que não existe um controle externo.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responsável pelas eleições, neste final de semana introduziu um novo modelo de criptografia nas urnas. Além disso apontaram três inconvenientes se a nova medida for adotada:
– Maior chances de fraudes do que o voto eletrônico, já que pessoas manusearão os papéis;
– De 2 em 2 anos será um grande esquema logístico será necessário para garantir o transporte dos votos de 148 milhões de eleitores.
– Risco de judicialização das eleições, com possibilidade de recursos argumentando que as urnas foram fraudadas.
Uma pesquisa de opinião feita neste mês mostra que perto de 64% dos brasileiros afirmaram ter confiança elevada ou moderada nas urnas eletrônicas. Mesmo assim, 58% se disseram favoráveis à impressão do voto. A sondagem foi feita pelo Instituto MDA Pesquisa por encomenda da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
A urna eletrônica foi adotada em algumas cidades nas eleições de 1996 e 1998, em caráter experimental. Dado o êxito dessas primeiras experiências, passou a ser utilizada nacionalmente e em definitivo nas eleições de 2000, deixando para trás o voto nas cédulas de papel.
Foi realizado um trabalho de pós-graduação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) que aborda as mudanças provocadas pelas urna eletrônica no sistema eleitoral, para conferir, acesse.