Parte do retrato da grave crise política desatada com a delação da JBS envolvendo o temerário presidente Michel Temer, o clima de incertezas sobre quais serão os rumos da economia brasileira segue no ar depois de dez dias das denúncias.
E o pior é que os efeitos colaterais dessa nova crise política ainda não estão totalmente claros, mas o que todo mundo já sabe é que o novo cenário de turbulência vai adiar ainda mais a retomada econômica.
Porque não há confiança em quem comanda a Nação, e sem confiança, não tem investimento e diminuem as perspectivas de aprovação das tão necessárias reformas econômicas, tanto com Temer no cargo ou mesmo se ele cair agora.
O certo é que diante de um governo moribundo, o quadro econômico vai piorar sensivelmente, e as expectativas, infelizmente, apontam é pra uma queda no crescimento nos próximos dois anos.
Porque, sem saber o que vem pela frente, como é que a gente vai querer que os consumidores vão gastar o seu suado dinheirinho? E como exigir de empresários que convivem com números preocupantes que botem a mão no bolso pra investir?
A verdade é que essa interminável turbulência toda vai ter um preço muito alto, e – adivinhem – nós é que vamos pagar mais essa conta.
O certo é que, mesmo que o governo tente afirmar que não parou, nada vai ser votado a curto prazo até que se defina a situação de Temer.
E a estratégia do governo dos corruptos em atacar pra se defender, mostrando que é mais importante seguir no governo a qualquer custo do que garantir um mínimo de estabilidade pra Nação, só piora ainda mais essa situação que já tá pra lá de insustentável.
E esse impasse adia o ajuste fiscal, compromete a queda dos juros e mantém a possibilidade de que a economia brasileira permaneça ainda por mais tempo em recessão.
A verdade é que a crescente incerteza sobre os rumos do país preocupa, e quanto mais a gente ficar nesse compasso de espera, mais difícil vai ser a retomada do crescimento.
O pior cenário agora é esse do compasso de espera, e, a julgar pelo que aconteceu nesse final de semana, só os protestos de rua podem alterar a velocidade dos acontecimentos no Congresso Nacional.
Porque as reformas são necessárias, mas hoje elas não passam, primeiro porque estão sendo debatidas de modo açodado, sem espaço pro contraditório ou pra apresentação de propostas mais equilibradas, depois, porque elas são defendidas por um governo indefensável e que vê sua credibilidade evaporar a cada minuto que se mantém agarrado ao poder.