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O caminho dos desempregados

O caminho dos desempregados

Nos últimos cinco anos, nunca foi tão grande a fila de desempregados em todo o país. Hoje, mais de 14 milhões de pessoas procuram emprego e não encontram nenhuma vaga.

E os números do primeiro trimestre, revelados pelo IBGE esta semana, infelizmente não mostram sinais de recuperação no país, ao contrário do que o governo tenta mostrar na propaganda oficial. A verdade é que entra governo, sai governo e é sempre assim.

Mas como a propaganda é a arte de manipular as atitudes coletivas, melhor mesmo ficar com os números do IBGE, que esses não mentem.

E os números mostram que, só nos primeiros três meses desse ano, pelo mais de 1,5 milhão de pessoas perderam seus empregos no país como reflexo do cenário econômico conturbado, do ambiente político instável e da incapacidade do governo em gerar medidas que incentivem a retomada do crescimento da economia em todo o país.

Mas, pelo menos nós, aqui no Rio Grande do Sul e na Serra Gaúcha, estamos na contramão desse rumo nefasto, e convivemos com números mais positivos nesse ano.

Nos três primeiros meses de 2017, o desempenho do estado foi o melhor do país, e mesmo que ainda esteja longe de recuperar os empregos perdidos na crise, o estado criou mais vagas do que demissões, o que já é um bom sinal. E, por aqui, Caxias do Sul está entre as dez cidades do país que mais geraram vagas de trabalho nesse período.

O resultado é fruto do desempenho mais favorável da agropecuária com suas supersafras e da indústria, principalmente causado por um maior aquecimento da exportação. Mas mesmo que essas notícias sejam boas, não dá pra enxergar muito longe.

Porque se a economia ensaia mesmo a recuperação, a gente ainda não pode afirmar com certeza, mas o certo é que a geração de empregos ainda vai demorar um pouco mais pra se consolidar, porque a retomada do crescimento precisa enfrentar uma grande capacidade ociosa acumulada na maior recessão de que se tem notícia no país e, por isso mesmo, a geração de um ambiente favorável aos investimentos ainda é uma realidade distante.

E desse jeito, vamos seguindo com medo do desemprego, cansados dos baixos salários e do alto custo de vida, do noticiário negativo e da polarização nas redes sociais, e como se não bastasse, e cheios de dúvidas sobre um futuro de reformas que na verdade não sabemos no que vai dar.