Política

"Numa dessas aparece um louco e quer mudar a bandeira do RS", diz Luiz Marenco ao pedir proteção ao hino gaúcho

"Numa dessas aparece um louco e quer mudar a bandeira do RS", diz Luiz Marenco ao pedir proteção ao hino gaúcho

O músico tradicionalista e deputado estadual, Luiz Marenco (PDT) protocolou na Assembleia Legislativa o PL 02/2021 que visa proibir alterações no hino do Rio Grande do Sul por ações políticas e visa, ainda, a defesa dos símbolos do Estado, como a bandeira e o brasão de armas. O ato ocorre após polêmica envolvendo vereadores recém-eleitos em Porto Alegre que se recusaram a cantar o hino no dia da posse na Câmara da capital alegando que a composição é racista ao se referir que ‘povo que não tem virtude acaba por ser escravo’.

De acordo com Marenco, em sua maneira de entender, o hino gaúcho não contém racismo, mas sim reforça o contexto histórico do povo gaúcho não querer ser dominado pelo Império, à época.

“Ele afirma que o hino contém racismo. Minha maneira de entender, esse assunto, não é essa. No hino não se fala de uma pessoa, de uma cor. O hino não tem essa palavra de racismo. Eu não acordo com este senhor e queremos proteger os símbolos do Estado. O nosso hino, a bandeira e o brasão de armas. O PL 02/2021 vem cuidar dos nossos símbolos. Ali, quem poderá modificá-lo, é o povo gaúcho. Se o povo quiser mudar nosso hino, haverá um referendo. O povo tem a autoridade para fazê-lo. Quando fala naquela parte ‘povo que não tem virtude acaba por ser escravo’, o que quer dizer essa parte? No tempo que o hino foi feito, logo após a Revolução Farroupilha, o império é que mandava no país. O Rio Grande do Sul se rebelou, porque o povo gaúcho tem virtude. Não queria mais o Império. Que o Império desse a ordem ao país. A gente não pode ser escravizado de maneira alguma por qualquer tipo de parlamento. O povo do RS, por sua história e sua identidade, se rebelou não queria ser escravizado”, reforça o deputado estadual.

Marenco ainda salienta que o projeto abrange os símbolos do Rio Grande do Sul porque “numa dessas aparece um louco e quer mudar a bandeira do RS”, diz.

O projeto foi protocolado no dia 3 de fevereiro, e deve ser colocado em pauta e discussão ainda em 2021.

Ouça a entrevista completa de Luiz Marenco

Em publicação nas redes sociais, o deputado estadual também reforçou defesa aos símbolos do povo gaúcho. Leia na íntegra:

OS SÍMBOLOS DO ESTADO SÃO SAGRADOS
Protocolei PL que pretende proteger o Hino, a Bandeira e as Armas do Rio Grande do Sul
Amigos, hoje, no primeiro dia depois do recesso parlamentar, protocolei um Projeto de Lei que pretende resguardar os símbolos oficiais do Estado, preservando sua originalidade, cuja identificação reside na consciência da maioria absoluta dos rio-grandenses. Pretendo transformar em lei algo que possa evitar ataques e afrontas à mais sagrada expressão simbólica do Rio Grande do Sul, inclusive ratificando a interpretação legítima do texto do Hino, cuja letra de autoria de Francisco Pinto da Fontoura, possui correção histórica e valor literário, com figuras de linguagem. Penso que numa interpretação inteligente, o Hino Rio-grandense cumpre hoje o papel de agregar, haja vista o brio do povo gaúcho quando ele é cantado, inclusive legitimando sua melodia, de autoria do Maestro Joaquim José de Mendanha. Também quero resguardar as simbologias expressas na Bandeira e nas Armas, preservando-se um patrimônio cultural representativo da época e da forma de ser dos rio-grandenses, contextualizado em um período de fundamental importância na história do Estado.
Como ser humano e cantor sempre estive em alerta permanente pela preservação dos valores regionais sagrados do povo rio-grandense, que há muito estão sendo ameaçados por forças contrárias aos interesses da identidade gaúcha. Hoje, na condição de deputado, pretendo respaldar a originalidade dos símbolos oficiais e subjetivamente criar um amparo a todas as questões culturais próprias, evitando a desarmonia no auto reconhecimento do povo perante seu território, sua história e seus símbolos.
Neste Projeto de Lei, proponho que qualquer modificação na forma e na apresentação dos símbolos oficiais, só possa ser feita, obrigatoriamente, após a aprovação pela maioria do povo rio-grandense em consulta referendária nos moldes da lei.
#teabraçariogrande