O Nubank (NUBR33) sofreu uma desvalorização significativa nos últimos meses, conforme o UBS. Para os analistas do banco, isso ocorreu pela combinação de fatores “do aumento das preocupações com a qualidade dos ativos no Brasil e a venda de empresas de tecnologia globalmente”.
Thiago Batista e sua equipe de analistas avaliam que a qualidade dos ativos foi a principal preocupação dos investidores nos resultados do 1T22 da Nu, já que “o índice de inadimplência subiu 70 bps (pontos base) no trimestre”.
A companhia encerrou o trimestre com uma provisão sobre empréstimos de 10,5% (17% para empréstimos pessoais e 9% para empréstimos com cartão de crédito), um nível acima da máxima histórica de inadimplência no Brasil para cartão de crédito (8,9% em 2011) e crédito pessoal (10,2% em 2016). O relatório do UBS calcula que o índice de inadimplência da fintech, atualmente, está praticamente em linha com os níveis pré-pandemia (10 bps abaixo). Além disso, os especialistas esperam uma maior deterioração do indicador nos próximos trimestres, “mas em um ritmo menor do que a deterioração registrada no 1T22”.
O Nubank acompanhou o movimento de outros bancos no 1T22, como Inter e Itaú, e estabeleceu uma mudança significativa nos empréstimos de cartão de crédito para parcelas rotativas e de juros. A participação dos empréstimos de cartão de crédito sem juros reduziu para 84% dos empréstimos de cartão de crédito da Nu no 1T22 (de 85% no 4T21), ainda superior aos seus pares (Itaú e Inter em aproximadamente 82%).
Contudo, segundo os especialistas do UBS, essa redução dos empréstimos sem juros tem um impacto positivo no ARPAC (Receita Média Mensal por Cliente Ativo, na sigla em inglês), “mas também um impacto negativo na dinâmica de inadimplência da fintech”.