Um novo ciclone extratropical originado no rio da Prata, na divisa entre Uruguai e Argentina, impactará o tempo no Rio Grande do Sul nesta semana e será responsável por trazer chuva, vento e queda de temperatura. Conforme a MetSul Meteorologia, os efeitos no território gaúcho, no entanto, devem ser bem menores em comparação com os últimos fenômenos do tipo, que causaram mortes, destelhamentos e várias inundações.
No RS, grande parte da chuva ocorrerá no Sul entre hoje e quarta-feira (26) por um sistema semi-estacionário bloqueado pela massa de ar seco e quente sobre o Brasil. Quando a frente avançar como fria, associada ao ciclone, o sistema frontal será fraco e não trará chuva volumosa para a maioria das áreas do Centro e o Norte gaúcho.
Os volumes de chuva entre hoje e quarta-feira vão passar de 50 mm em muitas cidades entre a Campanha e o Sul gaúcho com marcas isoladas de 75 mm a 100 mm, e até isoladamente superiores. O vento também não se desenha como de alto risco. Onde mais deve ventar deve ser no Litoral Sul com rajadas mais fortes, em média, de 50 km/h a 70 km/h.
Embora o tempo fique mais ventoso no final da quarta e na primeira metade da quinta em Porto Alegre e no Litoral Norte, as rajadas não devem ser intensas e o vento ficará em média entre 40 km/h e 60 km/h na maioria dos locais com rajadas pouco superiores na Lagoa dos Patos e na beira da praia.
Mesmo sem previsão de vento muito intenso, há alguma preocupação com o Sul gaúcho, em rezão da rede elétrica que foi muito danificada e fragilizada pelo ciclone com vento de até 150 km/h de duas semanas atrás.
Frequência de ciclones
A MetSul ressalta que ciclones extratropicais são absolutamente comuns e recorrentes em nosso clima. Eles ocorrem no Atlântico Sul semanalmente. Não raro há dois ou três fenômenos do tipo no Sul do Atlântico perto da Argentina e da Antártida. Em regra, estes sistemas se formam na foz do rio da Prata ou junto ao Leste da Argentina.
Já ciclones na costa do Sul do Brasil são menos frequentes, embora não raros. Quando há uma ciclogênese na costa do Sul do país, perto do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os efeitos tendem a ser mais graves em termos de chuva e vento pela maior proximidade do centro de baixa pressão profundo.
O ciclone desta semana vai se dar na área em que comumente se formam os ciclones, a Sudeste do Chuí e na foz do rio da Prata, mais ao Sul. Muito diferente dos últimos três ciclones que impactaram o Rio Grande do Sul e tiveram a sua formação mais ao Norte.
Fonte: Correio do Povo