Caxias do Sul

Nova vistoria encontra velhos problemas na educação infantil em Caxias do Sul

Nova vistoria encontra velhos problemas na educação infantil em Caxias do Sul

Os conhecidos problemas estruturais e de sobrecarga de profissionais que atuam na educação infantil mais uma vez foram evidenciados nesta sexta-feira, dia 20. Uma vistoria organizada pelo Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, Orientação e Formação Profissional, o Senalba, mostrou que diversos problemas encontrados em uma visita realizada há três meses persistem nos estabelecimentos de ensino.

Uma reclamação recorrente das educadoras diz respeito a postura das entidades em relação ao prêmio assiduidade. Elas reclamam que, mesmo com a apresentação de atestado médico comprovando a falta em determinado horário ou dia, as administradoras retiram o benefício de aproximadamente R$ 200. Por outro lado, as profissionais são submetidas a uma sobrecarga de trabalho, já que em alguns casos o número de educadoras fica abaixo do estipulado em lei para o número de crianças. “É um absurdo. A educadora não pode sequer ir ao médico ou ao dentista que perde o prêmio assiduidade. Isso é desumano”, reclama o vereador Rafael Bueno, que acompanhou a visita.

No Reolon, problema deve ser solucionado na semana que vem

A primeira escola visitada foi a Dr. Renan Falcão de Azevedo, no bairro Reolon, onde a reportagem e o representante do Senalba, Claiton Melo, foram impedidos de acessar o interior da escola. O vereador Rafael Bueno (PDT), que acompanhava a comitiva, teve a entrada autorizada e constatou que no local ainda há um grande buraco com esgoto a céu aberto, que impede as crianças de brincar no pátio. O buraco foi aberto em novembro do ano passado e, segundo a coordenação da escola, deve ser consertado nos próximos dias. A verba para a realização do reparo teria sido liberada ontem pelo município. Na Dr. Renan Falcão de Azevedo, 12 profissionais são responsáveis por cuidar de 118 crianças.

Depois, a vistoria foi na escola Walmor Witecky, na Vila Amélia. Lá, são 13 profissionais para 115 crianças . Na Walmor Witecky, não há problemas visíveis de estrutura. Já na escola Frei Ambrósio, no Esplanada, a maior das conveniadas ao município e que hoje abriga cerca de 295 crianças, os problemas persistem. Depois de uma vistoria realizada no dia 3 de maio, parte do parque onde as crianças brincam foi desmontado, mas ainda é possível ver restos de madeira e zinco que podem representar risco para os pequenos. Na parte interna, outros problemas: o bebedouro ainda não foi adquirido e a coordenação da escola diz que os proprietários do prédio estiveram no local e se comprometeram a reformar a parte elétrica, que se apresenta em estado precário. O Plano de Prevenção Contra Incêndio ainda se encontra em análise e somente 27 profissionais são responsáveis pelas quase 300 crianças que estudam lá.

Por último, a comitiva foi até a Escola Nosso Amiguinho, no bairro Esplanada. O estabelecimento ficou fechado seis meses para melhorias e deve reabrir no início do mês de agosto. Lá, a denúncia era de que, apesar da importante reforma, os móveis que seriam utilizados na reabertura da escola estavam em estado precário. A boa notícia trazida pela coordenadora é que a empresa responsável por administrar a escola entendeu a situação e o material que estava em condições realmente precárias foi descartado.

Após as visitas, o Diretor do Senalba, Claiton Melo, ressaltou as denúncias recebidas pela entidade. Ele pede a sensibilidade das entidades no que se refere a melhora da estrutura e no tratamento com as profissionais contratadas. “A gente busca a sensibilidade das entidades para que olhem o lado humano dessas profissionais. As estruturas são precárias, as entidades sabem disso. Se a lei serve para joão, que sirva para paulo. Se elas tiram o prêmio assiduidade porque não está no acordo, por que também não dão as mínimas condições necessárias como manda a lei?”, questiona.