Caxias do Sul

No primeiro mês de coleta de plasma convalescente, Hemocs já recebeu 58 candidatos

Em Caxias do Sul, apenas o Virvi Ramos está habilitado

Foto: Andréia Copini / Divulgação / Prefeitura de Caxias do Sul
Foto: Andréia Copini / Divulgação / Prefeitura de Caxias do Sul

Na tentativa de criar anticorpos e auxiliar na cura de pacientes graves da Covid-19, o Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) iniciou a coleta de plasma convalescente em 22 de maio. Nessa primeira doação, o tipo sanguíneo não era compatível com o receptor. Em 25 de maio, Fábio Klamt, de 44 anos, morador de Porto Alegre, fez a sua primeira doação por aférese. Tarcísio Giongo, 63 anos, morador de Garibaldi, recebeu 600 ml de plasma em 26 de maio e, em 15 de junho, foi transferido para o quarto. A transfusão é pioneira no Estado do Rio Grande do Sul.

A aférese é o processo pelo qual o sangue é retirado de um indivíduo, doador ou paciente, com a separação de seus componentes por um equipamento próprio, retendo a porção que se deseja, neste caso o plasma, e devolvendo os demais componentes a quem estiver doando ou recebendo o sangue.

De lá para cá, o Hemocs já recebeu 58 candidatos, sendo 11 mulheres e 47 homens, das cidades de Porto Alegre, São José do Herval, Caxias do Sul e Garibaldi. Desses, as 11 mulheres e 9 homens foram excluídos por não serem considerados aptos para o procedimento.

Até o momento, foram 12 doações por 6 doadores distintos, entre 28 e 49 anos, sendo que o doador de Porto Alegre fez quatro doações, o de São José do Herval três e o de Garibaldi doou duas vezes, todos da tipagem O+ e A+. Também foram avaliados residentes de Bento Gonçalves, Canela, Rio dos índios, Paraí, Carlos Barbosa, São Sebastião do Caí, Boa Vista do Sul, Vacaria, Farroupilha, Imbé, Passo Fundo, Lajeado, Nova Prata, Veranópolis, Bom Jesus e Pelotas.

O gerente de enfermagem e responsável técnico do Hemocs, Marcos Venício da Silva Carvalho, explica como funciona a análise dos candidatos. “A seleção dos candidatos é feita em duas fases. Na primeira fase é feito um contato telefônico, onde é explicado todo o projeto de pesquisa e preenchido um cadastro. Nesse momento, o candidato já pode ser excluído se ele não se encontrar dentro dos critérios.

Após, os candidatos que passarem para a segunda etapa são chamados para uma entrevista, na qual é feito um histórico da doença ou da exposição ao vírus. São feitos testes sorológicos, é verificado o anticorpo igG e igM para fazer a titulação de anticorpos, são realizados medidas antropométricas, analisados sinais vitais e avaliado o acesso venoso para verificar se ele tem condições de doação. Após, aprovado, ele é considerado apto a ser doador”.

A seleção dos doadores de plasma passa por uma avaliação rigorosa. Neste momento, as pessoas que podem doar são homens, de no mínimo 18 e no máximo 60 anos, que foram infectados pelo coronavírus, tiveram Covid-19 confirmada por meio do teste PCR, estão há mais de 28 dias recuperados, sem sintomas da doença e não apresentam outras doenças infecciosas.

O Hemocs faz triagem e coleta dos interessados e as destina aos hospitais que tiverem protocolo de estudo para uso. Em Caxias do Sul, apenas o Virvi Ramos está habilitado, com projeto aprovado pelo CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.

As doações precisam ser agendadas pelos telefones (54) 3290-4543 e (54) 3290-4580ou por meio do whatsapp (54) 984188487. O Hemocs atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min e aos sábados das 8h até 12h, na rua Ernesto Alves,2260, ao lado da UPA Central.