Comportamento

No Dia da Adoção, saiba porque Caxias do Sul tem mais de 300 casais na fila de espera

Foto: Imagem Ilustrativa
Foto: Imagem Ilustrativa

Desde 2002 neste dia 25 de maio é celebrado o Dia Nacional da Adoção. Uma data que prevê o debate para a conscientização da população sobre o tema e os paradigmas. Em Caxias do Sul, temos a Organização Não-Governamental (ONG) Instituto Filhos. Uma equipe de voluntários que realiza capacitação aos casais ou pessoas que desejam fazer a adoção.

De acordo com o presidente, José Otávio Carlomagno a ONG trabalha com cursos de preparação psicológica e jurídica a população que deseja adotar um filho. Este curso promovido pelo Instituto é gratuito, mas obrigatório, sendo encaminhado para esta capacitação aqueles que já estão em um estágio avançado da adoção. A pessoa vêm para o curso, após passar pelos trâmites necessários com o juiz da Vara de Infância e Juventude do município.

A demanda de adoções depende de diversos fatores, mas segundo José, em Caxias do Sul existem cerca de 300 pessoas cadastradas para serem pais. Já em abrigos moram cerca de 200 crianças no município, contudo atualmente cerca de seis crianças, apenas, estão aptadas para a adoção.

Segundo Carlomagno, nem todas as crianças que moram em abrigos são aptas porque algumas ainda tem vínculos familiares. Um exemplo dado pelo presidente, é que uma criança mora no abrigo porque tem pais alcoólatras e até que estes passem pelo tratamento, as crianças ficam abrigadas, retornando posteriormente a família biológica.

O primeiro passo para ser uma família adotiva é buscar o fórum municipal e na Vara de Infância e Juventude preencher um cadastro com todas as características desejadas. Esta descrição é que limita e define a escolha da criança. Segundo José, geralmente os casais adotantes desejam crianças recém-nascidas, ou até seis anos de idade, após este período já cai para mais da metade a possibilidade de a criança ir para uma família adotiva.

Outros fatores como a cultura e a quantidade de irmãos também influenciam nas escolhas. O presidente do Instituto esclarece que na maioria dos casos os juízes ao liberar uma criança para uma família, ele avalia a questão cultural. Por exemplo, um casal de Caxias do Sul adotar uma criança oriunda de Lagoa Vermelha é possível pois a cultura já é similar. Já em casos em que a família escolhe uma criança do Amazonas, vai ser necessário uma fase de adaptações da família, tanto pelo clima quanto pelas demais necessidades da criança.

E, em casos que a criança tem irmãos, o juiz determina que a família adotiva acolha todos os irmãos, para não separá-los. Estes fatores influenciam também no tempo de processo para a adoção, podendo demorar meses ou anos. E, a cada ano é necessário refazer o processo tanto no fórum quanto no curso para a reciclagem dos adotantes.

José Carlomagno é pai de cinco filhos adotivos, todos foram adotados com mais de oito anos de idade com históricos de negligências, hoje sendo todos adultos. O pai esclarece que muitas famílias relatam o receio de a criança vir com um histórico familiar, já que todas que estão em abrigos já sofreram alguma negligência. Porém, ele contrapõe que mesmo o filho sendo biológico e os pais criarem com toda a educação possível, ainda há chances de o filho ir para a criminalidade, por exemplo.

O pai adotivo concluí que acredita que mesmo sendo adoção de uma criança ou adolescente, ainda é possível criá-lo com educação e amor, tendo posteriormente orgulho dos filhos, assim como ele tem dos seus.

As dúvidas sobre adoção ou demais informações referentes ao Instituto Filhos podem ser encontradas no site da ONG, institutofilhos.org.br.

No Rio Grande do Sul, de acordo com o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, existem 4.951 crianças para serem adotadas. Outras 4.266 estão em processo de adoção e 30.658 já foram adotadas. Ainda 32.843 pessoas aguardam na fila para adoção.