PREOCUPAÇÃO

Negligência, abandono e abuso: cresce número de crianças e adolescentes acolhidos em Caxias do Sul

Para atender à demanda crescente, a FAS adotou medidas administrativas, como remanejamento de educadores e assistentes sociais para os Serviços de Acolhimento Institucional (SAIs) e nomeação de novos profissionais

(Foto: Ricardo Rech/Divulgação)
(Foto: Ricardo Rech/Divulgação)

Caxias do Sul - A Fundação de Assistência Social (FAS) registrou crescimento no número de acolhimentos de crianças e adolescentes em 2025. Os dados foram apresentados na segunda-feira (22) pelo presidente Mauro Trojan e pela diretora de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Franciele Roso, a representantes do Juizado da Infância e da Juventude, Ministério Público, Defensoria Pública e Conselhos Tutelares.

A média de acolhimentos em abrigos institucionais e casas lares chega a 201 neste ano, contra 172 por mês em 2024. O recorde de 2025 ocorreu em maio, com 30 novos acolhimentos, totalizando 225 vagas.

Causas

Quase metade dos casos (48%) está relacionada à negligência, enquanto 26% decorrem de Abandono, 14% do uso de drogas pelos pais e 10% de abuso sexual ou outros riscos sociais.

Para atender à demanda crescente, a FAS adotou medidas administrativas, como remanejamento de educadores e assistentes sociais para os Serviços de Acolhimento Institucional (SAIs) e nomeação de novos profissionais.

Além disso, o município prevê a criação de 20 vagas em um novo serviço de acolhimento, com inauguração prevista para outubro, investimento superior a R$ 2 milhões e abertura de um novo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS). O novo CREAS terá investimento anual de cerca de R$ 1,6 milhão. Dos seis técnicos que atuarão no serviço, quatro já foram nomeados e estão em treinamento.

Fortalecimento da Rede de Proteção

Trojan também destacou a atualização do Plano Municipal de Acolhimento Institucional e Familiar, com a criação de protocolo emergencial de ingresso intersetorial, visando fortalecer o trabalho social com as famílias e a rede de proteção da criança e do adolescente.

Franciele Roso ressaltou a importância da parceria com os Conselhos Municipais de Assistência Social (CMAS) e dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA). “Analisar os indicadores e unir esforços é o caminho para criar soluções inovadoras que atendam de fato às necessidades das famílias e evitem o acolhimento institucional, que deve ser a última opção”, afirmou.