Nada mudou

Como a maioria dos brasileiros, assisti apenas a trechos do interrogatório do ex-presidente Lula da Silva. Como a maioria dos brasileiros não mudei minhas convicções. Lula mente, mas nem por isso existem provas substanciais que permitam sua prisão. Moro pode até condenar o ex-presidente, mas numa segunda instância, sei não…
O ex-presidente usou sua retórica de sempre, seu falar de dicção nem sempre tão clara como se desejaria. Tentou em alguns momentos tergiversar, às vezes usou linguagem de palanque noutras, convenientemente se calou ou disse desconhecer o teor das perguntas que lhe eram inquiridas.

Como de praxe, Lula usou argumentos quase chulos ao se referir ao interesse de sua finada esposa sobe o apartamento no Guarujá: “a gente nem sempre sabe o que a esposa está fazendo ou pensando (algo assim); depois foi, de uma arrogância atroz dizendo que o tríplex seria pequeno para a sua grande família e que seria impossível ir à praia em dia que não fosse segunda-feira ou quarta-feira de cinzas.

Confesso que nestas horas me decepciono ainda mais. A gente sabe que o PT errou, que aquele partido cheio de ética não existia. Mas quando a gente vê o ex-metalúrgico esnobando um apartamento avaliado em mais de três milhões de reais, sei lá, me dá um mal estar. Talvez o mesmo mal estar que me dá ver que a mulher do ex-governador do Rio, Adriana Ancelmo movimentou 1,2 milhão de reais de contas bloqueadas para pagar despesas da casa. Que país é esse?

Enfim, ainda falando da oitiva de ontem. Lula jogou na retranca. Moro não deu pontapés – pelo contrário, foi educado e paciencioso. Lula segue com um séquito de fieis seguidores que lhe permite trabalhar por uma candidatura em 2018 e a classe média brasileira continua depositando suas esperanças em Moro para segurar o tranco.